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A Psique de Guilherme

Dissertações acerca de temas vários levadas a cabo por um adolescente com, nota-se, demasiado tempo nas mãos e opiniões, e assim... A Blogosfera vive!

A Psique de Guilherme

Dissertações acerca de temas vários levadas a cabo por um adolescente com, nota-se, demasiado tempo nas mãos e opiniões, e assim... A Blogosfera vive!

O que tu queres sei eu!

Avatar do autor Guilherme dos Santos Gomes, 18.03.23

Se Deus criou o Homem à sua imagem, mas a espécie humana evoluiu, um Cristão Darwinista admite que Deus é um macaco...

Hoje, estou particularmente irritado com a Humanidade. Estou cansado do Homem, esse bichinho álacre e sedento de focinho pontiagudo, num perpétuo movimento... Por isso, não há altura melhor para pensar parvas prácticas perpetradas por pessoas, também elas muito parvas! Desta feita, trago a debate (serei só eu a falar, mas chamemos-lhe debate, que é para ser mais democrático) o tema “Como ler as horas”. Pode parecer uma coisa mundana e desinteressante (e, para todos os efeitos, é), mas é um assunto bastante dado a discórdia!

Antes de mais, temos que abordar o “elefante na sala”, que são aquelas pessoas que não arredondam as horas. É assim, eu sei que os relógios digitais permitem saber as horas ao segundo, mas na realidade ninguém quer saber o tempo exacto quando o pergunta a outro alguém. Salvo raras excepções, quando precisamos de chegar a um sítio a um horário definido, ou quando perguntamos realmente a alguém as horas certas, um arrendondamentozinho basta-nos! As pessoas que teimam em dizer coisas do género “Não são seis e vinte e cinco, são dezoito e vinte e três!” são aquelas que se acham superiores e muito inteligentes, mas na realidade estão só a ser umas filhas da mãe de umas mesquinhas! Não tentem parecer intelectuais porque dizem as horas correctamente. Ninguém gosta de vocês, OK? O que vocês devem fazer para tornar a ser aceites no seio da sociedade é seguir as seguintes regras de leitura do tempo. Um relógio pode ser um item cuja compreensão é algo complexa, mas eu vou tentar simplificar a vossa vida com um sintético guia práctico.

Primeiro, foquemo-nos nas horas: assim como num relógio tradicional, na oralidade só se devem referir os números de 1 até 12. Na primeira metade do dia, creio não haver problemas no entendimento. Na segunda, é também bastante simples. No fundo, é como se considerássemos as 12 horas sendo zero, e começamos novamente do 1 a partir daí. “Ah, mas isso não pode confundir as pessoas?”. À partida, não, porque creio haver diferenças óbvias entre as 4 da manhã e as 4 da tarde. Nesta enunciação, só há duas excepções, para as horas que correspondem ao número 12 do relógio. Nestas, o que se faz é, se ainda for de dia, dizer “meio-dia”, visto esta corresponder mesmo à metade do período de 24 horas que compõem um dia. Se já for de noite, diz-se “meia-noite”, apesar de esta nunca corresponder precisamente ao meio da noite. É uma questão de linguagem!

De seguida, falemos nos minutos. Neste campo, só devem ser referidas meias-dezenas ou dezenas completas, isto é, 5, 10, 15, 20, por aí adiante. O critério para decidir se devemos dizer 5 ou 10 é simplesmente o dos arredondamentos. Num período de dez minutos, se o algarismo das unidades for 1 ou 2, arredonda-se para a dezena anterior. Se for 4, 5 ou 6, arredonda-se para a meia-dezena. Se for 8 ou 9, arredonda-se para a dezena seguinte. No caso dos números 3 e 7, por se encontrarem precisamente na metade de cada período de 5 minutos, há uma certa flexibilidade no critério, mas tendencialmente deve-se arredondar para cima, isto é, para a meia-dezena e para a dezena seguinte, respectivamente. Quanto às excepções, temos os 15 minutos, que se devem dizer como “um quarto” e os 30, que devem ser referidos como “meia” (como é dito, e bem, na música “Rolar No Chão” d’Os Afonsinhos Do Condado).

Para além disto, outro problema se põe, que é o das horas e tal e o das horas menos tal. Até aos 30 minutos de uma hora, está tudo bem, diz-se o tempo correctamente (exemplo: duas e vinte e cinco). A partir daqui, o que se faz é descontar minutos à hora seguinte. Se são 16:50h, diz-se “cinco menos dez”. Se são 11:45h, diz-se “meio-dia menos um quarto”. O princípio é bastante simples, o que é preciso é práctica.

Basicamente, são estas as regras. Se as seguirem, acreditem que a vossa vida ficará consideravelmente melhor e mais fácil. Antes de me ir, talvez deva explicar a relação que o título desta crónica tem com o seu conteúdo, para quem não apanhou. No fundo, trata-se de uma referência a um popular sketch dos Gato Fedorento, em que uma senhora interpela o personagem de Ricardo Araújo Pereira na rua para lhe perguntar as horas, e este responde com “O que tu queres sei eu!”. Era isso... Até para a semana!

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Trabalhos de Casa #11: "A minha ida ao médico"

Avatar do autor Guilherme dos Santos Gomes, 11.03.23

A doença é uma realidade dura, difícil de se lidar. Estar ou ser doente (que, em Inglês, Francês, etc., seria a mesma treta, o “ser” e o “estar”) não é, de todo, agradável! A doença é, também, um tema que já foi bastante abordado por mim neste fórum, porque a minha hipocondríase a isso obriga. Por isso, hoje trago de novo esta temática. Designadamente, por causa de um texto que eu terei escrito no ano de 2015. Não há dados que me permitam concluir exactamente em que data, mas não interessa! Foi em 2015, e que se lixe! No “Trabalhos de Casa” desta semana, a composição “A minha ida ao médico”:

Um dia eu fiquei doente e perante a situação tive que ir ao médico. Foi o meu pai que me levou e o sítio da minha consulta era na Clipóvoa em Amarante. Eu tinha começado a ganhar pintas vermelhas no corpo e toda a gente pensava que era a febre da carraça.

Fui atendido por uma pediatra que disse:

_Dói-te alguma coisa?_ e eu respondi:

_Não me dói nada. A senhora apontou e fez outra pergunta:

_Quando é que começaste a ficar assim? Eu respondi:

_Foi à pouco tempo. Ela disse:

_Senta-te naquela maca que eu já te vou auscutar. Eu sentei-me, a médica auscutou-me e depois disse para eu tomar um xarope. Fiquei melhor.

Com que então, febre da Carraça, hã? Creio que devo uma explicação: uma altura, como disse, começaram-me a aparecer umas pintas vermelhas por todo o corpo, e isto, naturalmente, preocupou os meus pais. Fui ser verificado uma primeira vez, já não me recordo bem onde, e o médico concluiu que, provavelmente, eu estaria a padecer de “febre da Carraça”. Ora, isto preocupou ainda mais os meus pais e, consequentemente, a minha família. Devo, talvez, informar-vos, caso não estejam a par, de que a febre da Carraça tem uma taxa de mortalidade na ordem dos 2,5%, um número bastante superior, por exemplo, à da gripe, com apenas 0,13%, e ao Sarampo, com cerca de 0,3%. Voltando à história: certo dia, recordo-me eu muito bem - e agora vou falar directamente para a minha tia-avó Cristina (porque sim, eu não tenho medo de dar nomes!) – a minha mãe falava ao telemóvel com a minha Tia Cristina, que também estava preocupada com a situação, ao que esta diz “Coitado do menino! Sabes que a febre da Carraça mata!”. Ora, para um rapaz de 9 anos, ouvir que a suposta doença que ele tem mata, é altamente tranquilizador! Uma pessoa pensa logo: “Bom, nove anos já não é mau! Já sei ler, escrever, contar. As coisas importantes, não é? Mas foi bom, lá isso foi...”. Pode parecer que não, mas dá um novo alento, saber que se pode patinar a qualquer momento! Porém, como eu refiro no texto, numa segunda avaliação, percebeu-se que se tratava de uma simples alergia, já não me lembro bem a quê. No fundo, a situação foi esta. Se calhar agora passava à parte de criticar o meu jovem eu...

Primeiro, gostava de ressaltar o anticlimático, porém interessantíssimo, diálogo travado entre mim e a Sra. Dra. Pediatra:

_Dói-te alguma coisa?

_Não!

_Sentes-te bem?

_Sim!

_Estás assim há muito tempo?

_Não!

_Está certo...

É um diálogo que não tem substância nenhuma. Grau zero de emoção! Há sempre uma inversão de expectativas. Quando se espera que eu vá responder uma coisa, respondo o completo oposto. Essa é uma técnica usada na comédia e no terror, não necessariamente indicada a consultas médicas...

A seguir, há o desfecho. Sinto que tudo acaba muito depressa. Num momento, a médica está-me a auscultar, no momento imediatamente a seguir, já me está a receitar um xarope, e na frase subsequente já estou bem! É uma conclusão preguiçosa! Podia perfeitamente ter falado na minha reacção ao sabor do xarope, que era sempre muito interessante. Podia ter referido o gradual desaparecimento das pintinhas. Mas não, fui indolente ao ponto de não concluir de uma forma bonita. Mas também nunca fui bom com despedidas, portanto é natural que assim seja! Mas sabem o que isto me faz lembrar? As telenovelas. Andam centenas de episódios a engonhar, mas na última semana de emissão, com uma data de pontas soltas no guião para resolver, fazem tudo a correr e terminam aquela porcaria sempre de uma maneira muito preguiçosa: matam o vilão, casam os protagonistas, aparece num ecrã uma mensagem de “X tempo depois”, nascem uns bebés, e fim! É sempre a mesma treta!

E foi assim! Não tenho mais nada para dizer. Até uma próxima oportunidade (eu avisei, que não era bom com despedidas)!

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Um pouco de poesia...

Avatar do autor Guilherme dos Santos Gomes, 04.03.23

Eu não gosto muito daquela ideia do “Ah! Não se ama alguém que não gosta da mesma canção!”. Eu acho que faria muito mais sentido se fosse “Não se ama alguém que não odeia a mesma canção!”. O amor é muito giro, e tal, mas o ódio tem uma maior capacidade de gerar empatia.

A minha ideia para hoje era algo diferente. Não pretendo analisar um tema, não pretendo expor uma opinião, mas sim mostrar algumas ideias minhas, noutros campos. Desta feita, o que proponho, para esta semana, são alguns ensaios líricos (vulgo poemas) da minha autoria, sobre coisas mundanas. Já agora, não tentem neles achar qualquer significado, porque não têm.

Dito isto, passemos ao primeiro. É um poema muito curto, uma simples quadra, mas que põe uma questão que eu considero algo pertinente. Chama-se ele “Paracetamol”:

Qualquer um gosta de amar
Diz que amar reduz a dor
Assim como um analgésico
Será ele também amor?

A análise é bastante simples: o que o sujeito poético tenta fazer é associar as ideias de redução da “dor psicológica”, levada a cabo pelo sentimento do amor, com a da redução da dor física, que um analgésico proporciona. Após esta correlação, há uma questão, que é “Será que estas duas realidades, pelas suas características, são uma e a mesma?”. Decerto, muito interessante. Passemos, talvez, para uma segunda manifestação poética. Desta vez, chamada “Ouvi-nos, Senhor”. Ei-la:

Um ser religioso

Se prepara para rezar

Pega num terço e se deita

P’ra começar a orar

Eis que entre Avé-Marias

Um ronco se faz escutar

Era o ser religioso

Que decidira pernoitar

Este tipo de oração

Não me inspira confiança

Ressonar não faz a reza

Se não me falta a lembrança

Mas Deus é piedoso

E ajuda quem necessita

Mesmo aqueles que vão pregar

Daquela forma esquisita

Agora, é possível perceber que este é um poema que denuncia uma realidade muito presente na nossa sociedade: as pessoas que adormecem durante o terço. Talvez como resultado do assumido ateísmo do autor, há uma certa ironia na última estrofe, quando este ressalta a ideia da piedade da figura de Deus. Também, muito, muito interessante.

Por fim, proponho aquele que será, possivelmente, uma das minhas obras magnas, o poema “Muco”. A inspiração para ele veio-me num enublado dia de inverno, já tarde, quando vi, na rua, um velho senhor a assoar o seu nariz com um ruçado lenço de pano e pensei “Ali está a minha musa!”. Feito este preâmbulo, vamos ao poema:

Um velho limpa o ranho
Com um lenço de papel
Puxa o escarro
Varre o catarro
Secreção da cor do mel

Acabado de assear
Abre o lenço
Olha, e tenso
Lá o volta a arrumar
Não vá o velho precisar
Mais uma vez, de dar
A profunda fungadela
Para seu nariz limpar

Esta é a coisa dos velhos
Que passam a vida a moncar
A venta moncosa do muco
Para de forma mais idónea
(E de modo a não expirar,
Visto serem já de idades
Avançadas para a idade)
Conseguirem respirar

E terminamos assim o nosso sarau de poesia! Espero que tenham gostado. Eu, pelo menos, esforcei-me para isso. Se não gostaram, ide para o ca...

Fim!

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Pedido Formal de Parabenização

Avatar do autor Guilherme dos Santos Gomes, 24.02.23

Será que, quando se está a cantar o “Parabéns A Você” a um doente terminal, há a necessidade de dizer o verso “Muitos anos de vida”? É que, pronto, não é? À partida...

Olá! Como se encontram neste belíssimo 24 de Fevereiro? Eu sei, eu sei que é estranho estar a publicar uma crónica a uma sexta-feira, mas a verdade é que eu nunca oficializei o sábado como o dia fixo para as crónicas. O facto de eu as colocar sempre a esse dia é apenas resultado de uma convenção social, que nos faz ser rotineiros nas nossas acções. Mas pronto, não é por isso que eu estou a fazer esta ligeira alteração de agenda. Na realidade, tudo se deve ao facto de, no dia que hoje corre, eu completar o meu 17º aniversário. Portanto, achei por bem assinalar esta data, antecipando este nosso momento semanal de reflexão colectiva.

Fazer 17 anos é uma coisa que, na minha cabeça, nunca fez grande sentido. Se os 16 simbolizam a obtenção de uma renovada responsabilidade e o início de uma importante etapa na nossa vida, a entrada para o secundário, e os 18, o começo da idade adulta, os 17 são um género de um estúpido limbo, que não é bem carne nem peixe! Os 17 são a idade do infrutífero desejo pela emancipação: estamos ali, praticamente com um pé nos 18, mas ainda falta um bocadinho para podermos dizer, com autoridade, que já somos suficientemente crescidos para tirar a carta de condução (eu podia dizer “para ser preso”, mas agora a idade legal para isso é aos 16, portanto... Ficamos com a carta!).

Por esta razão, decidi reservar este espaço para falar das implicações de uma das mais incontornáveis instituições dos aniversários: a cantiga do “Parabéns”! Antes de mais, dizer que o nosso poema dos “Parabéns A Você” é, possivelmente, o mais belo de todo o mundo. Enquanto em qualquer outra língua, desde o Inglês, ao Francês, ao Castelhano e até mesmo ao Português do Brasil, ela não passa de uma repetição do primeiro verso, ao ritmo da popular melodia, nós temos um rico poema, em que estão contidos os nossos desejos para o aniversariante: muita felicidade e muitos anos de vida!

No entanto, o problema não se prende com o conteúdo da cantiga, mas com a maneira como ela é cantada. Porquê? Porque não há um mínimo respeito pela canção! Ninguém entra na mesma altura que ninguém; enquanto um já vai no “Nesta data querida”, outro ainda está a começar; há sempre alguém que passa o tempo todo a bater palmas, armado em metrónomo, mas mal; nada bate com nada, e isto resulta tudo num género de um cânone, mas ao qual eu chamaria, mais, “ca-nojo”... Depois, há o problema, que se põe em todas as vezes, que é o invariável aumento gradual da velocidade a que os “Parabéns” são cantados. Porque é que começamos a cantilena num Adagio e terminamos num Allegro? CANTEM A MÚSICA COMO DEVE SER! Já sei do que era preciso! De um Ringo Starr em cada esquina, para manter a cadência! Assim, por fim, conseguiríamos garantir a ordem! Ai não...

Para além disto, há ainda o problema do nosso comportamento enquanto nos cantam os “Parabéns”. Eu, pessoalmente (até porque se fosse “eu, impessoalmente”, não teria grande lógica), nunca sei o que fazer. Se bato palmas sem cantar, pareço parvo. Se acompanho os restantes na cantiga, pareço um bocado narcisista, logo parvo. Se não faço nada e fico ali especado... fico a parecer parvo, também! Não há nenhuma atitude que se me afigure correcta!

Como se já não bastasse, depois ainda há aqueles otários (e eles sabem muito bem quem são) que, quando nós pensamos que a musiquinha já é um assunto arrumado, começam com aquela porcaria do “Tenha tudo de bom...”! Odeio essa gente!

Dito tudo isto, e como eu tenho o costume de colocar dedicatórias a propósito dos aniversários dos meus familiares no meu Facebook pessoal, vou passar a apresentar a minha "Autobiografia Não Autorizada, Não Pelo Facto De Não Ser Escrita Pelo Próprio, Que Até É, Mas Porque Este Gajo Tem A Mania Que É Diferente, Muito Disruptivo, E Mais Não Sei O Quê, E Parece Que Só Quer Chatear O Pessoal De Guilherme dos Santos Gomes":

Guilherme Gomes nasceu no dia 24 de Fevereiro do ano em que o Universo ficou mais pobre, porque o estatuto de planeta de Plutão foi negado. Historiadores apontam o facto de Guilherme ter nascido num dia de neve como justificação para a sua estação favorita do ano ser o Inverno, mas todos nós sabemos que isso é tipo a Astrologia: não significa absolutamente nada!
Desde cedo, mostrou ser alguém: o Guilherme, mas acho que já tínhamos ficado esclarecidos quanto a isso... Começou a falar com apenas 9 meses de vida, segundo os seus pais os 9 meses mais sossegados desde então. Até agora, ainda não se calou. Muito jovem, começou a maturar a sua personalidade e os seus gostos, havendo evidências de que os seus artistas musicais favoritos, à época, eram os Anjos, a Floribella... e o Paco Bandeira. Guilherme Gomes: o Benjamin Button da vida real!
Entrou para o Jardim Infantil em 2009, muito contra a sua vontade. Há relatos desta época que permitem afirmar que Guilherme ainda tentou a sua sorte enquanto delinquente, tendo chegado a partir uma pulseira da sua educadora, mas acabou por não conseguir singrar nesta carreira. Jovem autodidata, pelo menos até se dar conta que ser autodidata dá muito trabalho e que é mais fácil serem os outros a ensinarem-nos coisas, aprendeu a ler completamente sozinho com apenas 4 anos. Ainda aos 4 anos, começava a assistir aos conteúdos que o viriam a transformar no Guilherme que hoje é: os DVD dos Gato Fedorento.
Em 2011, antes do nascimento da sua irmã mais nova (surpreendente era se nascesse em 2011 e, ainda assim, fosse mais velha), e em resposta à questão "Gostavas mais de ter um irmão ou uma irmã?", Guilherme dizia "Um tigre!".
Quando se fala da entrada de Guilherme para o 1.° Ciclo do Ensino Básico, que completou no Patronato Nuno Álvares Pereira, fala-se, para o próprio, da época áurea da sua vida estudantil. Guilherme recorda, com saudade, conteúdos como os ditongos, a tabuada do 3, ou a regra dos 9.
Em 2016, começa a frequentar o Colégio de Lamego, onde ainda hoje se encontra a estudar. Para Guilherme, esta casa acolheu-o como se de um filho se tratasse, o que até nem é verdade, porque, para além de as casas não conseguirem ter filhos, seria muito estranho uma casa aperfilhar um ser-humano. Foi aqui que Guilherme teve oportunidade de deixar aflorar o seu lado mais artístico. Como resultado de brilhantes interpretações de, entre outras, Pai Natal, Pinheiro e Camões, Guilherme conta já com para cima de 7 de fãs, um pouco por todo o mundo.
Nos dias de hoje, Guigomes, aglutinação pela qual é conhecido, segue tentando fazer rir os seus pares; ouvindo Beatles e José Cid; vendo filmes de Woody Allen e Monty Python; escrevendo crónicas semanais no seu blogue; consumindo os produtos radiofónicos de Nuno Markl e as matérias escritas de Ricardo Araújo Pereira; comendo e dormindo, mas pouco (a parte do dormir). No entanto, sempre com a esperança de um dia, quem sabe, poder regressar à carreira de delinquente que há tanto deixou para trás.
O fim!

Foi isto. Até ver!

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Trabalhos de Casa #10: "O carnaval no Mundo"

Avatar do autor Guilherme dos Santos Gomes, 18.02.23

Bem-vindos a mais uma destas autênticas bodegas a que eu chamo crónicas! O meu nome é Guilherme Gomes e estou aqui, mais uma vez, para vos apresentar situações! Este sábado, o que me traz cá é o décimo episódio dos “Trabalhos de Casa”. Número redondo, tudo muito giro, mas não vamos perder tempo com coisas destas. Vamos, sim, passar ao texto. Na semana passada, a crónica foi dedicada ao S. Valentim, e esta semana será dedicada ao Carnaval. O que, se pensarmos bem, até tem a sua lógica, porque, no dia dos Namorados, a maior parte das pessoas recorre a máscaras para parecer melhor do que é e muita gente acaba a fazer figura de palhaço. Apresento, de seguida, o texto “O carnaval no Mundo”, do dia 28 de Fevereiro de 2015:

O carnaval é conhecido mundialmente. Eu não faço ideia de quando é que esta tradição foi inventada, mas há uma coisa engraçada, nunca calha no mesmo dia. Em 2014 calhou no dia 4 de março, em 2015, no dia 17 de fevereiro e em 2016, vai calhar no dia 9 de fevereiro.

O maior carnaval do mundo é no Brasil que junta mais ou menos 2.000.000 de pessoas. Eles passam meses a treinar o samba e as suas músicas.

No mesmo país há muitas formas diferentes de comemorar o carnaval como por exemplo: em Portugal são desde o samba de Ovar até ao entrudo de Lazarim. Mas há uma coisa em comum, as máscaras de madeira ou plástico, etc...

A palavra carnaval traduzida à letra significa «adeus à carne.»

E isto é um pouco do que é o carnaval, mas ainda há mais.

Texto muito informativo, faz-me parecer que vou ter bastante suminho. Começamos logo com mais uma das minhas inúmeras demonstrações de incultura e impreparação, quando eu exponho que não faço ideia de quando é que esta tradição foi inventada. E fazer um bocadinho de pesquisa, não? Para terem uma ideia, eu acabei de ir consultar o Sr. Google, e em 0,33 segundos obtive 29 600 000 resultados, o que me permitiu concluir que o Carnaval, como hoje o conhecemos, começou na Idade Média. Isto, hoje em dia, só não anda informado quem não quer, meus amigos!

Imediatamente a seguir, ainda outra prova da minha total e completa estupidez e ausência de conhecimento, quando falo do Carnaval do Brasil. Ao passo que é inegável concluir que o maior Carnaval do mundo é o do nosso país irmão, não me parece muito correcto afirmar que este junta mais ou menos 2 milhões de pessoas. Isto porquê? Porque, com outra simples pesquisa, é possível verificar que o número de foliões tende a rondar os 40 milhões! O que me leva a crer que eu me limitei a meter para ali um número que me parecia mais ou menos grande, porque também não estava para me chatear. O que, à partida, é verdade.

Depois, ponho-me a falar das tradições carnavalescas dentro do nosso Portugal. E o primeiro exemplo que dou é logo, espantem-se, uma treta! Podia ter falado dos caretos de Podence ou dos cabeçudos e dos Zés-Pereiras de Torres Vedras, mas não. Falei, possivelmente, da ÚNICA tradição de Carnaval do nosso país que é importada! Porra, o Samba é muito bonito, mas não é uma tradição portuguesa! Dizer que o Samba é filho do mesmo solo que Camões é a mesma coisa que dizer que o nosso prato regional favorito é o McChicken! Ainda por cima, para além disto, saio-me com um “Mas há uma coisa em comum [nas tradições de Carnaval], as máscaras de madeira ou plástico, etc...”. Pois, porque no tal samba de Ovar usam-se muitas máscaras, não é?!

Por fim, digo que tudo aquilo que referi é apenas uma pequena parte do que é o Carnaval e que ainda há mais. Pois, mas o quê? É que eu deixo isto no ar, mas não digo mais nada! Filho, isto é um texto expositivo, não é narrativa nenhuma. Não se pode simplesmente deixar isto em aberto e as pessoas que fiquem augadas! Palhaço! Este foi daqueles textos em que é tudo ao lado! Porra! Até uma próxima!

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Tudo Aquilo De Que Você Necessita, Assim De Uma Forma Geral, É De Amor

Avatar do autor Guilherme dos Santos Gomes, 11.02.23

Porque é que será que 1 quilómetro soa a mais que 1000 metros? Porque, se pensarmos, as palavras 1 e 1000 têm pesos drasticamente diferentes, mas a palavra "quilómetro" consegue ter poder suficiente para suplantar esta relação!...

Aqui estamos nós, de novo, reunidos neste evento semanal que é a crónica da Psique. Desta vez, e por estarmos tão próximos do Dia de S. Valentim, vulgo “Dia dos Namorados”, venho falar de amor. O amor é uma coisa bonita. O amor é o que ainda vai trazendo alguma humanidade à humanidade. O amor... o amor é como se fosse um fogo que arde sem se ver, um ferida que dói e não se sente, um contentamento descontente, uma dor que desatina sem doer. Arrisco até dizê-lo assim. Mas, mais do que tudo, o amor é um fenómeno neurobiológico que nos faz sentir coisas cá dentro, ou o que é. Agora, o que é que um solitário rapaz de 16 anos pode dizer acerca deste tão complexo estado de espírito? Em princípio, nada. No entanto, como ninguém manda em mim, vou passar a apresentar o meu workshop intensivo que vos vai ajudar a não passar o próximo dia 14 sozinhos (workshop esse que, comigo, não funciona. Mas pronto, isto é quase como aquelas pessoas que dão cursos acerca de como enriquecer e não enriquecem... A lógica é mais ou menos a mesma):

O primeiro passo, que é talvez o mais importante, é dar-se a conhecer e conhecer a pessoa com quem pretendem ficar. Eu sei que pode ser um processo algo moroso e que, daqui até terça-feira, não vai ser muito fácil de levar a cabo, mas não caiam no erro de se tentar envolver com alguém com quem não têm uma relação algo consolidada, porque à partida não acabará muito bem. Um engate de ocasião pode parecer muito giro, na altura, mas acabará, eventualmente, por deixar um certo vazio dentro de vós, caros discípulos. O amor é uma coisa demasiado pura para ser assim desperdiçada (nota-se muito que ando a consumir literatura da era romancista?).

O segundo passo, caso o primeiro tenha já sido findado, é a proposta. Aqui, eu sugiro o tradicional método da “carta de amor”. Eu sei que pode parecer um procedimento algo primitivo e que, com os CTT, nem em Março a carta chegou ao destinatário (uh, que ele agora faz crítica social!), mas creio ser dos mais amorosos e infalíveis. Isto se não forem muito chatos. Porque se forem muito pica-miolos, não vale a pena. Vejam, por exemplo, o caso do cantor romântico Tony de Matos, que nos diz, na sua canção “Cartas de Amor”, o seguinte:

Porém de ti

Nem sequer uma carta de amor

Uma carta vulgar recebi

Para acalmar minha dor

Mas mesmo assim

Eu para ti não deixei de escrever

Chato do caraças, pá! Já percebeste que ela não te passa cartão, está quieto!

A carta deve seguir um modelo-tipo. É importante começar sempre por deixar claro ao que se vem. A justificação do porquê de essa pessoa dever ficar convosco virá depois. Porque sim, no fundo uma carta de amor (escrita entre pessoas que não se encontram num namoro, entenda-se) é uma enumeração de fundamentos para que uma relação aconteça. É uma espécie de curriculum vitae que se envia à pessoa amada para que ela diga “Sim senhor, é com este indivíduo que eu quero iniciar um romance!”. E, assim como numa entrevista de emprego, dá sempre jeito fazer com que o empregador fique com a ideia de que nós valemos mais alguma coisa do que aquilo que realmente valemos. Se forem como eu, são profundamente fraquinhos, de maneiras que têm que se valer obrigatoriamente do parlapié para chegar a algum lado. Eu sugeria, talvez, era que não associassem o amor à lua, como faz a maior parte dos poetas, porque aquilo que me vem à cabeça sempre que vejo estas duas ideias unidas é o seguinte:

Rapaz: Meu amor, o teu brilho é como o brilho do luar.

Rapariga: Romântico?

Rapaz: Não, falso...

O terceiro passo é não ligarem a nada do que eu disse, porque eu não percebo nada disto, e simplesmente falarem directamente à pessoa a quem querem chegar. E depois, logo se vê. No fundo, isto é um bocadinho um jogo de tentativa e erro: por vezes ganha-se, por vezes perde-se, mas é assim a vida! Eu cá, dia 14, vou comer uma bifana com um amigo, num convívio de imposto celibatário, que em princípio se arrastará até um de nós chegar a um qualquer 14 de Fevereiro comprometido. “Embrace the loneliness”, diria eu! Até para a semana!

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Ide abreviar para a vossa casa!

Avatar do autor Guilherme dos Santos Gomes, 04.02.23

A irmos pelo sentido das palavras, se um invisual é alguém que não consegue ver, quer isso dizer que na Índia é sempre de noite...

Estou aqui, mais uma vez, para exteriorizar amargos sentimentos acerca de assuntos vários. Hoje, venho-vos falar da falta de rigor e de tacto com que as pessoas têm vindo a manusear a língua portuguesa, pelo menos no que à Internet diz respeito. É com muita pena que assisto à agonia daquilo que é o bem-escrever do nosso magnífico idioma. Já não tinha bastado o Malaca Casteleiro, pois não (já ninguém sabe quem é o Malaca Casteleiro...)? Custa-me, juro que me custa. E a essas pessoas também parece que custa alguma coisa, mas é a escrever. Como eu sou uma pessoa muito atenta aos grandes e preocupantes temas, vou resumir os maus-tratos que a nossa língua tem sofrido. Ei-los, então:

  • O primeiro atentado linguístico que trago são, como era de esperar, os erros ortográficos em geral. Quando são cidadãos mais velhos a acometer contra a língua desta forma, e apesar de eu continuar a não respeitar, eu até entendo, porque antigamente a taxa de analfabetismo era altíssima. Basta lermos cartas de soldados da I Guerra Mundial, ou mais recentemente, da Guerra Colonial, e damos com cada bacorada que valha-nos Nosso Eça de Queiroz! Chega-me a dar vómitos! Mas pronto, era gente com poucos estudos, é normal que, tentando passar o que era dito oralmente para o papel, e sabendo que mesmo o discurso não era dos melhores, houvesse muitas falhas no texto. O problema é quando são jovens a cometer os mesmos ou até erros de pior calibre! Porque hoje em dia já não há a desculpa da iliteracia! Toda a gente tem que passar por, pelo menos, 12 anos de estudo da língua materna! E, mesmo assim, se abrirmos uma rede social, somos bem capazes de dar de caras com “Fizes-te” ou “Fizestes” em vez de “Fizeste”, “Hades” em vez de “Hás de” ou o uso e desuso indiscriminado de “Há” com e sem H. Isto é nojento!
  • Outra violação da Língua Portuguesa, que eu também abomino com todo o meu ser, são as abreviaturas de palavras. Eu sei que antigamente, quando as SMS eram pagas ao caracter, era importante poupar quantas letras fossem possíveis. Eu sei, não precisam de mo dizer. Mas isso, lá está, era antigamente. Hoje, não há essa necessidade. Então, porque raio é que as pessoas continuam a abreviar palavras? Porquê dizer “bjs” e não “Beijinhos”? Porquê dizer “nnc” e não “Nunca”? Porquê “k” em vez de “Que”? Porquê “n” ao invés de “Não”? É que, ainda por cima, hoje há, nos telemóveis, uma barrinha de sugestões com palavras que possamos querer usar naquele contexto. Nem é preciso escrever a palavra toda, basta clicar ali! Então porque é que continuam a mandar mensagens codificadas? E não sei se já repararam, mas as letras que, por hábito, são descartadas, são sempre as vogais! Qual é o vosso problema com o “A”, o “E”, o “I”, o “O” e o “U”, seus Hooligans? Ao passo que, durante o período Barroco, havia um movimento alternativo de pessoas que tinham “horror ao vazio”, agora há um de pessoas com horror às vogais! Sugiro até um nome para ele: “rcc”. Espero que gostem, seus animais!
  • Outra situação que também me chateia imenso é a falta de pontuação nas frases. Será que pedir para que se coloque a pontuação adequada em cada sentença é pedir de mais? Porque se, por exemplo, eu receber uma mensagem de alguém a dizer “fulano tal vai à festa” e essa frase não tiver nenhuma pontuação no fim, como vou eu saber se se trata de uma frase declarativa ou interrogativa? Não sei! Por isso, como é que respondo? Com um “Sim.” ou com um “Está bem.”? Não tenho razão no que estou a dizer? Por exemplo, nesta última frase que escrevi, se não tivesse colocado o ponto de interrogação, vocês iriam ficar com a ideia de que eu me estava a contradizer no meu discurso, dizendo que afinal não tinha razão no que estava a dizer, e iam ficar a pensar que afinal sou estúpido, o que é falso!
  • Para terminar, outra coisa que eu acho muito parva. Porque raio é que as pessoas, quando estão a escrever algo e desejam dar a ideia de que estão a prolongar o som de uma palavra, escrevem sempre a sua última letra repetidas vezes, quando na realidade nunca ninguém articula realmente a última letra de forma prolongada? Aquando da articulação de um vocábulo, o som que surge prolongado é sempre o correspondente à sílaba tónica, nunca o de uma das átonas! As pessoas dizem "fiiiiiixe!", não "fixeeeeee!", mas a triste realidade é que quando estão a escrever optam sempre pela segunda opção...

É tudo. Por hoje, já destilei demasiado ódio e frustração. Vamos acabar por aqui. Até para a semanaaaaaa!

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Trabalhos de Casa #9: "O circo"

Avatar do autor Guilherme dos Santos Gomes, 28.01.23

Olá! Tudo bem? Pois... Esta semana temos “Trabalhos de Casa”, não é? Pois é. E que texto trago hoje? Um texto que não tem nada a ver com nada do que está a acontecer, neste momento, no país e no Mundo. Porque eu gosto de ser punk! Eu ouço “Sex Pistols”, caramba! De maneiras que hoje vamos ao circo (e aqui se prova o meu eclectismo musical, porque “Vamos Ao Circo” é uma música dos Sitiados)! Do dia tal do mês de Janeiro de 2015, a composição com o sugestivo nome “O circo”:

Eu nunca fui ao circo. Mas apesar de nunca ter ido a nenhum, já vi na televisão.

Lá existem várias pessoas a trabalhar, mas em alguns casos há menos artistas do que parecem, porque alguns fazem duas coisas como por exemplo: o domador também pode ser um dos acrobatas.

Aquela tenda de circo é enorme e às vezes é vermelha e branca como as dos desenhos animados.

Tal como a Professora Alice nos disse o circo não devia ter animais, mas também não os vamos abandonar os animais, há uma regra que diz que os animais ficam no circo até morrerem e depois não se podem substituir.

No circo fazem acrobacias, truques, palhaçadas... incríveis mas às vezes os animais também fazem isso.

Vamos lá ver. Eu realço o facto de, eventualmente, poder haver certos profissionais a exercer mais do que uma função dentro do circo. Como eu digo “o domador também pode ser um dos acrobatas”. Está bem. E depois? Qual é, do ponto de vista do conteúdo da redacção, o interesse desta informação? Deixai lá as pessoas fazer o que lhes apetece, pá! Bem quero lá eu saber se o acrobata também é domador de leões, se a bailarina ajuda a montar a tenda, ou se o palhaço faz exames à próstata dos elefantes! Isto é quase como, num texto de apresentação de uma empresa, dizer, por exemplo, que “um senhor que trabalhe na secção do Economato também pode fazer biscates como electricista, nas horas vagas”. Pronto, OK. Por mim, tudo bem. Lá está, é uma informação irrelevante e sem nexo, mas que se lixe.

Depois, fala-se num tema fracturante da nossa sociedade: os maus-tratos aos animais. - Antes, espaço para uma merecida menção honrosa à Professora Alice. Creio que nunca é demais homenagear esta senhora. – Hoje em dia, há leis que proíbem a utilização de animais nos circos, mas à data da escrita deste texto, elas ainda não existiam. Eu pareço algo demarcado da realidade, quando digo que “’tá bem que o circo não devia ter animais, mas também estar a abandoná-los, não é(?), é chato”, mas não estou muito errado. Na realidade, havia bastantes casos de abandono de animais velhos ou doentes por parte de circos. Quando viam que já não serviam para nada, largavam-nos em terrenos agrícolas, dentro de um atrelado, para morrerem. Isto costumava acontecer muito com felinos de grande porte, como leões e tigres. Esta situação é revoltante. Revoltante porque, mais uma vez, se vê a podridão e a crueldade humana no seu melhor; mas revoltante, acima de tudo, para os donos dos terrenos. Eu só imagino um senhor, dono de um pequeno campo na planície alentejana, a chegar um dia de manhã e dar de caras com uma carroça com um tigre lá dentro! “O que é que eu vou fazer agora? Então, mas fazem-me uma desfeita destas? Que é que eu faço com o bicho? Será que ele gosta de ‘Carne de Porco à Alentejana’? Ah, filhos dum corno!”. Eu não saberia como reagir! Porque cuidar de uma manada de vacas é uma coisa. Agora de um tigre é muito mais difícil. E onde é que se muge o bicho? São problemas de que não se fala. Já não há consideração pelas pessoas!

De um modo geral, foi isto que se passou. É pá, tentem não ir a circos onde sabem que há ou já houve animais a ser maltratados. Se se quer resolver o problema, tem que se começar por algum lado! Ficamos por aqui. Para a semana, é à mesma hora, no mesmo local. Tchau!

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Retalhos do Passado de um Parvo

Avatar do autor Guilherme dos Santos Gomes, 21.01.23

A situação sociopolítica no nosso país anda muito complicada. De um lado, temos greves e marchas pela melhoria das condições de trabalho dos professores e do ensino em Portugal. Do outro, manifestações contra os maus-tratos aos animais. E eu dou por mim a pensar: numa tentativa de minorar o gasto de recursos, o ideal era unir as duas lutas e mandar o Cesar Millan negociar com o Governo!

Vou-vos ser sincero: esta semana não me apeteceu escrever nada. Não estive propriamente com vontade de explorar um tema, inventar uma teoria, insurgir-me amargamente contra uma situação. Às vezes é assim! Estive foi a pensar e cheguei à conclusão de que a humilhação pública seria, decerto, a coisa mais sensata a fazer a mim próprio, como castigo pela minha insanável preguiça. Por essa razão, o que hoje trago é um pequeno vídeo, gravado pelo eu mais pequenito, de mim próprio a fazer... coisas. Porque este impulso quase patológico de inventar porcaria já não é de agora. É um defeito de fabrico. Sempre tive esta necessidade de me expressar, fosse de que forma fosse, e como o meu pai tinha uma pequena câmara-de-filmar Sony, posso dizer que tive uma infância muito feliz, neste campo. Porém, aquilo que eu achava ser espetacular, na época, vai-se a ver e, aos olhos de hoje, afinal não é. E, no fundo, é isso que torna estas horas de material gravado especiais. É certo que há coisas que passam para lá da fronteira do aceitável, em termos de vergonha alheia. No entanto, outras há que, na melhor das hipóteses, se conseguem ver. Não estou a dizer que se vejam bem, mas vêem-se. Esta não é uma dessas, portanto, a partir do próximo momento, estarão por vossa própria conta e risco. Desculpem-me. E tomem lá disto...

Vídeo em questão...

Já foi demais! O Guilherme de 9 anos era parvo! Se alguém conseguiu chegar até aqui sem falecer, as minhas sinceras e honestas desculpas. À partida, a minha reputação já não recupera disto... Até uma próxima! Porra!

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Cumprimentos e Medidas

Avatar do autor Guilherme dos Santos Gomes, 14.01.23

Já acabou o período legal em que se pode desejar “Bom Ano!” às pessoas. Porque, a dada altura, deixa de fazer sentido. Nós podemos muito bem não ver uma pessoa desde o ano anterior, mas desejar-lhe um bom ano no Carnaval fica um bocado esquisito. Por essa lógica, se eu não vir alguém desde 2019, tenho que lhe desejar quatro bons anos? Não façam isso, deixem-se de coisas!

Hoje, o meu objectivo era dar a minha aprovação à chuva e barafustar amargamente contra o vento, mas as condições climatéricas não mo permitiram. Estamos em Janeiro e está Sol! Por isso, vou esperar para ver se na próxima semana há algum tufão, ou assim, e falar disto com algum contexto. Feita esta adenda, esta semana irei analisar as interacções sociais momentâneas que ocorrem na rua.

Porquê é que me surgiu este tema? Por uma razão muito simples. Ontem, eu vinha a descer a rua do meu prédio e, em sentido contrário, ia uma senhora velhinha. Eu tenho por hábito cumprimentar os cidadãos de 3ª Idade na rua, não sei bem porquê. - Creio que deverá ser por uma mescla de três razões: porque quero que os velhinhos sintam que são valorizados e que não são inúteis, algo que, infelizmente, eles podem vir a pensar; para que eles fiquem com a ideia de que a minha geração consegue ter salvação, e que ainda há pessoas educadas (porque eu sou um gentleman, porra!); e por causa da minha insaciável vontade de ser aceite, que me faz querer que até pessoas que eu não conheço fiquem com uma boa impressão minha. E não, não sou nenhum maníaco, OK? - Portanto, vinha a senhora. E eu, como é meu costume, lá está, cumprimentei-a, mas fiquei com a impressão de que talvez a tivesse saudado já muito perto dela. Ou seja, talvez a distância entre nós os dois já não fosse longa o suficiente para dar à senhora tempo de receber o “Boa tarde!”, olhar para o locutor desse “Boa tarde!” e reagir, também, com um “Boa tarde!”. Esta minha teoria veio a ser comprovada, porque a senhora só me respondeu já nós tínhamos passado um pelo outro, o que a obrigou a olhar para trás, algo que até pode ser prejudicial para ela, porque movimentos repentinos naquelas idades não são bons para as articulações, e eu preocupo-me com a saúde das pessoas.

O que é que eu quero dizer com isto tudo? Numa primeira análise, não quero dizer nada, mas se formos a ver bem, eu queria saber era qual é a distância certa para cumprimentar uma pessoa na rua. Porque já percebemos que há distâncias que não são, decerto, as correctas, agora é preciso saber qual a melhor. Voltando um pouco atrás, temos que muito em cima da pessoa que pretendemos “boa-tardar” (este termo não existe, mas estava cansado de repetir as palavras “cumprimentar” e “saudar”), não é uma boa política, porque leva a esforços desnecessários por parte do receptor. Demasiado longe, também pode ser esquisito, e já me aconteceu mais do que uma vez. Cumprimentar alguém de um local muito isolado relativamente a essa pessoa faz a interacção sair algo fracassada, porque o longo intervalo entre os dois intervenientes na acção pode levar a que o lado de lá demore tempo demais a entender que nós estamos a falar com ele. Isto gera situações desconfortáveis para ambas as facções.

É tudo isto que me leva a crer que devia ser estipulada uma distância padrão aceitável para nos dirigirmos às pessoas na rua. E podia seguir um bocado a lógica dos videojogos, em que, para interagirmos com os NPCs (que é o termo para “personagem não-jogável”, que surge dotada de uma inteligência artificial personalizada), precisamos de estar a uma determinada distância destes, altura em surge no ecrã a indicação de que já podemos carregar num botãozinho do comando. Ninguém me tira da cabeça que, com estes pequenos pormenores regulamentados, a vida (e o mundo em geral) funcionariam infinitamente melhor.

É tudo por hoje. Eu sei que agora vocês devem estar a dizer “As coisas em que este gajo perde tempo a pensar.”, mas também, se não fosse eu a meter o dedo nestas feridas, quem o faria? Muito em princípio, ninguém, porque isto também não é nada de relevante. Até para a semana (aqui é facílimo saudar pessoas, porque eu estou a falar sozinho)!

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