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A Psique de Guilherme

Dissertações acerca de temas vários levadas a cabo por um adolescente com, nota-se, demasiado tempo nas mãos e opiniões, e assim... A Blogosfera vive!

A Psique de Guilherme

Dissertações acerca de temas vários levadas a cabo por um adolescente com, nota-se, demasiado tempo nas mãos e opiniões, e assim... A Blogosfera vive!

Em Jeito de Notas Finais...

Avatar do autor Guilherme dos Santos Gomes, 28.08.22

Olá! Estou de volta! Fiz muita faltinha, eu, não fiz? Não? Ai é? Nesse caso, acabamos por aqui. Até à próxima!

Coisas houve que ficaram por dizer. E é por essa razão que hoje vos trago um compilado, uma colectânea, um sortido rico de temas que, ainda que sem muito espaço para desenvolvimentos, têm um grande valor e não merecem ser descartados. Que é para ver se nos despedimos de vez da “Temporada Parva 2022”! Vamos lá, então.

  • Guarda-Sóis: Muito há para dizer sobre este imprescindível item de mobiliário balnear, que não raras vezes representa um enorme perigo para os veraneantes, quando decide soltar-se das amarras do areal e, qual pára-quedas, voar por aí em busca de ânus para empalar. O medo que eu tenho destes meninos! Muito comummente são também um objecto publicitário das mais diversas marcas de bebidas, automóveis, mas predominantemente de cafés. Os senhores da Delta devem ter um departamento apenas dedicado ao fabrico de chapéus-de-Sol. Eu é que não faço a mínima ideia de onde se arranjam estes chapéus! Nas lojas da especialidade não é, de certeza. Será que há um dealer estacionado à beira-praia numa Ford Transit branca cheia de chapéus com anúncios? Eu normalmente não falo para eles, mas vou ver se o começo a fazer!
  • Bolas-de-Berlim: Ah, a Bola-de-Berlim! Esplêndido vívere! Não sei quem foi o génio de cuja cabeça saiu esta maravilhosa invenção, mas o certo é que hoje ela já é mais Portuguesa que Alemã. A tradição de comer Bolas na praia é 100% Lusitana! Li no outro dia na Internet. E quem é o responsável por trazer até nós o mais relevante alimento da dieta do veraneante? O empreendedor da praia, o caminheiro do areal, o mago do colesterol: o senhor das Bolas-de-Berlim. Eu fico mais arrepiado quando ouço o bordão “Olha a Bolinha de Berlim! Com creme, sem creme. Com chocolate, sem chocolate.” do que quando ouço o Hino Nacional. A estes homens que trabalham de Sol-a-Sol, que arriscam a pele por uma causa maior, o meu obrigado! Esta coisa da pele serve agora de ponte para o próximo tema.
  • Escaldões e suas implicações: As queimaduras são chatas, são sim senhor! E é por isso que a DGS aconselha o uso de Protector Solar Factor 50+. “Proteja a sua pele, salvaguarde a sua saúde!”. Agora que acabou o bloco institucional, vamos continuar. E chamo a atenção para este assunto, acerca do qual não tenho muito para dizer, por uma e apenas uma razão: o turista Inglês. Sim, aqueles que andam sempre com meias brancas e sandália Franciscana, e têm um sotaque muito afectado. Esses mesmo! Porque o Inglês (e o Nórdico, em geral) é um bicho que não bronzeia, grelha. Nunca ninguém viu um Britânico com uma tonalidade de pele acima do "Magnólia Natureza BN10 / código de cor: #f3e2cb" do pantone da Robbialac! É impossível! Os Bretões têm o mesmo espírito que São Lourenço, padroeiro dos grelhados e dos humoristas. E agora um pouco de história: rezam as lendas que São Lourenço (à época só Lourenço), aquando da sua condenação à morte na grelha (que devia ser uma tortura espectacular!) se virou para o carrasco e proferiu, antes do seu último suspiro, as espirituosas palavras “Pode virar, que deste lado já está!”. Genial! Por isso é que todos os anos surgem nas redes sociais centenas de fotos de Britânicos com padrões pouco ortodoxos no lombo. E tem graça, não vamos mentir, até porque não é connosco. Pena é que estas tatuagens tribais do cancro da pele não sejam definitivas, que era para ver se as pessoas ganhavam consciência de uma vez por todas e começavam a pôr a porcaria do Protector ao invés do Bronzeador!

Está feito. Faltou-me apenas falar de um fenómeno: o das toalhas de praia com fotos de jogadores da Seleção. Mas este é tão mau, tão mau, que é bom, que é mau. Portanto foi isto, a Silly Season. Foi fraquinho, não vou mentir... Mas pronto, o que é que a gente há-de fazer? É o que temos! Até Setembro, acho eu!

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Aconteceu No Penico

Avatar do autor Guilherme dos Santos Gomes, 16.08.22

Ontem fui ver o novo filme de Curral de Moinas (muito bom, por sinal) ao cinema, e apercebi-me de que o sumo “Grande” é MESMO grande! Um litro?!? Porra!

Chegamos à Crónica número 10. Iupi! Crónica 10! Não há porque festejar!... E creio que aquilo que hoje vou propor é um tema que há já muito tempo devia ter sido abordado, e ao qual não se dá grande importância: a Guerra Civil do Iémen!... Não, estou só a brincar. Vou falar, é claro, das casas-de-banho públicas! Isso sim é de interesse.

Há muitos aspectos referentes aos WC públicos que merecem ser analisados, mas acredito que um dos mais fracturantes é a organização dos homens por urinol. Todos os homens sabem, ainda que nunca tenham sido ensinados, que alguns urinóis estão interditos e não podem, sob nenhuma circunstância, ser utilizados! O princípio pelo qual nos regemos é o do “Urinol Sim, Urinol Não”. Imagine-se uma situação hipotética, de uma casa-de-banho pública em que existem 5 urinóis: apenas os Urinóis 1, 3 e 5 podem ser utilizados. Se alguém estiver, por exemplo, no Urinol 2, apenas o 4 (ou o 5) estarão livres para uso. Situações como aquela a que eu assisti ontem são repudiadas, e deveriam ser punidas por lei: fui a um urinatório onde existiam 5 mictórios. Como não estava lá ninguém, eu dirigi-me para o Urinol 1. Daí a segundos chega um jovem que, de forma bastante decente, se coloca no Urinol 5. Ainda durante o meu período de micção, chega um outro senhor. Ora, se já entenderam o princípio, devem estar à espera que este senhor tenha ido para o Urinol 3. No entanto, e para o horror de todos, foi-se colocar no Urinol 4, e de esguelha, ficando por isso meio virado para o indivíduo que urinava no 5! Isto é nojento! E nem é por uma questão de preconceito, nem nada que se pareça! Eu sou um libertário, porra! É apenas e somente por causa da decência, da privacidade e da intimidade íntima de cada um. Se eu me quisesse expôr publicamente da forma que me exponho em urinóis, ia para o Meco!

Outro assunto muito interessante (e bastante nojento) são os secadores de mãos. Ou melhor, recicladores de fezes. Porque sim, aqueles secadores funcionam como uma espécie de ventoinha, que se limita a circular o ar já existente na casa-de-banho. Ora, de que é que o ar das casas-de-banho públicas está repleto? De essência de cocó, extrato de xixi, bactérias dos mais variados tipos, etc. Se é para isto, mais vale lavar as mãos com a água das sanitas, que o efeito não deve ser muito diferente. Reflitam comigo: quem é que daqui já foi lavar as mãos, secá-las nesta maravilha da tecnologia, e depois comer um hambúrguer no McDonald’s? Pois. Até dá vontade de bolsar, não dá? Mas esqueçam isso.

Pessoalmente, gostaria de ter estudado as casas-de-banho femininas mais a fundo, mas não me deixaram. Enquanto as pessoas não se consciencializarem de que desta forma estão a travar o progresso científico, o Mundo não vai andar para a frente! Vou ter, portanto, que me ficar por aquilo que consegui visualizar, e caraças! Serão elas assim tão ávidas pelo consumo, que até na retrete têm que estar a ser estimuladas a nível comercial? Eu vi expositores de produtos por cima dos lavabos! Sabem o que é que os homens têm por cima dos lavabos? ESPELHOS! Isto realmente...

Agora, e em jeito de término, vou-vos contar uma experiência que eu tive numa casa-de-banho pública. Isto passou-se na Noitada dos Remédios do ano passado. Estava com vontade de ir urinar, de maneiras que me dirigi às casas-de-banho. Os urinóis estavam todos ocupados (não todos, mas não nos esqueçamos da regra “Urinol Sim, Urinol Não”), por isso fui conferir as sanitas. Reparei que uma das portas estava entreaberta, e para evitar abri-la com a mão, dei-lhe um pontapé. Qual não é o meu espanto quando a porta, ao invés de bater na parede interna do cubículo, embate violentamente contra os joelhos de um senhor incauto, que apenas estava a fazer o seu cocó. Senhor que cagava, se me está a ouvir, as minhas sinceras desculpas!

Está feito! E sim, não sejam mesquinhos que este ensaio teve uma temática balnear. Vá, pelo menos de balneário! Tchauzinho!

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Como os Meteorologistas do Quotidiano Levam a Cabo a Exaltação do Óbvio

Avatar do autor Guilherme dos Santos Gomes, 12.08.22

Esperem aí, deixem-me ver se entendi: ainda não chegamos a meio de Agosto e o Continente já está a anunciar o Regresso Às Aulas? Calma, chavalo! Qual é a pressa?

Hoje trago-vos mais dois fenómenos interessantíssimos que eu pude observar nas minhas deslocações ao litoral (que não foram muitas, mas foram boas). A primeira tem que ver com uma redundância e a segunda está relacionada com a indecência e a própria imundice. Ficaram curiosos, não foi? Imaginem se eu decidisse acabar o texto por aqui. Iam ficar tão augadinhos, os meninos. E os suicídios que ia haver! Mas não se preocupem, que eu não vos faço uma coisa dessas...

O primeiro fenómeno é o das pessoas que vão à praia, no pico do Verão, e dizem "Ui! Que calor!". De que é que eles estavam à espera? De encontrar pinguins a correr na Caparica? Malta a esquiar nas dunas de Salir do Porto? Um campeonato de patinagem artística em Benagil? Se estão a ir à praia em Agosto, é mais do que normal que esteja calor. Ou iam estar 38ºC no paredão e, ao avançar para o areal, a temperatura caía para os 16ºC? O problema é que se isto acontecesse, toda a gente ia dizer “Ai! Está fresquinho ou é impressão minha?”, porque nós nunca estamos satisfeitos com nenhum estado do clima. Se está calor, é porque está calor. Se está frio, é porque está frio. Se está um tempo ameno, confortável, nem muito húmido nem muito seco, e corre uma brisa suave de nor-noroeste, é porque está um tempo ameno, confortável, nem muito húmido nem muito seco, e corre uma brisa suave de nor-noroeste! Aposto que isto é gente que vai à praia com o mesmo espírito que todos os anos leva a comunicação social a desenterrar a Maddie: a esperança que aconteça um milagre. Só que no caso dos veraneantes, isso apenas seria possível durante a Idade do Gelo; e no caso da Maddie, era preciso procurar numa arca congeladora... Esta piada serve mais para filtrar o pessoal que chegou à página agora. Se se sentiram indignados ou até indispostos, o melhor é irem puxar os “Malucos do Riso” para trás, que isto é capaz de não ser o ideal para vocês...

O outro apontamento que tenho para hoje está relacionado com as pessoas que usam os sete mares como WC. Este é um acontecimento mais comum do que se pensa, porque dá-me ideia que as pessoas gostam de fazer xixi para as Américas, ou o que é. Se na crónica “Anatomia de Poseidon” eu vos chamei a atenção para aqueles senhores que se plantam à beira-Atlântico e dali não arrancam pé, agora peço-vos para que reparem naqueles que mergulham só até à linha da cintura. Estes costumam ter um comportamento estranho, muito motivado pela emergência que é uma bexiga cheia. Habitualmente avançam destemidos pelo mar, conferem se não há ninguém em volta, e começam o processo. É possível dizer com certeza quando é que a excreção da urina começa, pois os mijões colocam uma expressão de extrema satisfação e prazer que não engana ninguém. E também pela tintura meia amarelada com que a água fica. Isto até acaba por ser algo que, embora repugnante, confere um enorme conforto, não só pelo alívio que é causado pela libertação desta secreção renal, mas porque a área circundante a estes urinadores implacáveis fica consideravelmente mais quente. Ninguém me tira da cabeça que é destes génios que nós precisamos a governar o nosso país!

E pronto, depois de falar de pleonasmos, micções e crianças desaparecidas, acho que não tenho mais nada a acrescentar. Resta-me desejar-vos felicidades e enviar-vos um beijinho, mas daqueles bastante sonoros e humidozinhos, está bem? Vá, continuação!

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Controvérsia de desjejum... e outras refeições

Avatar do autor Guilherme dos Santos Gomes, 10.08.22

Muito bom período do dia à escolha! Está tudo? Espero que sim. Aqui há atrasado (também há Pica-Paus e Pipis, mas isso fica para outra altura...) estava a pensar: que é feito de Joacine Katar Moreira? À partida foi só carne para canhão, não foi? Pois... Também foi o que me pareceu. Mas tenho pena dela, coitada. Quase que a consigo imaginar em casa, triste, a ouvir a sua música favorita, que é claramente o "Words" do F.R. David. Porque "Words/Don't come easy to me"... Mas não foi isto que me trouxe aqui. Na realidade, hoje trago comigo indignação. Sim, senhor. Indignação! Sei que é novo para vocês, pelo menos vindo de mim, mas é o que tenho para vos dar. E agora vocês, pequenas mentes curiosas, perguntam: "Ah, e tal, estás indignado com o quê?". E eu respondo: "Com as prácticas de algumas pessoas relactivamente a certos alimentos."... O quê? Não é suficientemente interessante para os meninos, é? Pobres e mal agradecidos, é o que é!

A primeira indignação prende-se com o grau de tostagem (palavra que não existe mas que eu inventei para poder designar esta acção. Se o Mia Couto o pode fazer, porque é que eu não posso?) das torradas. Algumas pessoas - as carecas, rudes e desdentadas (malta de Trás-Os-Montes, vá) - teimam em comer as torradas num nível que, se de um bife se tratasse, seria o cru. Meus amigos, isto não passa de pão quente. Para fazer esta porcaria, mais vale meter as fatias de pão no microondas e comer assim! As torradas querem-se, lá está, torradas. O ideal até é deixa-las estar na torradeira até os serviços de emergência dos Bombeiros serem activados, e depois raspar o carvão acumulado nas superfícies com uma faquinha, mas se eu digo isto aos apologistas do "pão branco" eles são capazes de me falecer para aí.

A segunda é capaz de ser aquela que mais me tira o sono, pois vamos entrar num território sagrado e envolto em muita discórdia: o do leite com cereais. Antes de desenvolver, vou deixar claro que a maneira correcta de fazer cereais é colocar os cereais antes do leite, leite esse que tem que estar gelado. Toda e qualquer opinião contrária a este assunto está, como devem calcular, profundamente errada. Acho até que se devia criar uma espécie de PIDE só para fiscalizar as tigelas de cereais dos portugueses e punir os dissidentes, como é óbvio. Sugiro o nome "Polícia Internacional e de Defesa do Estado Nos Assuntos Relacionados Com Os Cereais de Pequeno-Almoço": a PIDENARCOCPA! Porque ao deitar primeiro o leite na tigela, e pelo facto de ele possuir uma ligeira tensão superficial, os cereais não irão atingir o fundo, pelo menos na sua totalidade, ficando empilhados em cima da camada de leite. Desta forma, nunca sabemos quando parar de deitar os cereais. Pelo contrário, se deitarmos primeiro os cereais, e por eles possuírem entre eles orifícios, o leite entranhar-se-á e ser-nos-á possível assistir ao subir do seu nível até onde nós queremos. A temperatura do leite nem é uma questão! Qual é a propriedade que torna os cereais especiais? A crocância! Em contacto com o leite quente, os cereais transformam-se numa coisa pastosa e nojenta que nem sabe bem. Comer cereais com leite quente é uma coisa bárbara! Filho meu nunca há-de comer cereais dessa forma! "Ai, papá, mas estão 12°C negativos na rua!". Paciência! Tivesses pensado nisso antes de dizer que querias leite com cereais! Eu vou ser um excelente pai...

O terceiro e (que pena) último repúdio do dia não é uma coisa tão falada, mas para mim é preocupante. Chegou-me aos ouvidos que andam para aí uns animais a fazer Cerelac com leite. Hã? Como assim? Cerelac é com água, sempre foi! E nem me venham com aquela do "Mas há Cerelacs próprios que se fazem com leite.". Não. Isso já não é Cerelac! Pode ser Nestum, pode ser Pensal, pode ser Farinha 33, Predilecta ou Amparo, pode ser muita coisa. Agora, Cerelac não é! Já me fizeram enervar, pá!

E agora, chegados ao fim, vocês questionam: "O que é que isto teve a ver com a temática balnear que nos prometeste no início do mês?". Então mas eu agora ando aos vossos toques, é? Afinal quem é que manda nisto? Eu agora, se quiser, faço uma crónica sobre as influências do iluminismo na literatura suevo-judaica da primeira metade do Século XVIII! Só não o vou fazer porque eu prefiro a da segunda metade... Adeus!

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Anatomia de Poseidon

Avatar do autor Guilherme dos Santos Gomes, 06.08.22

Salut! Comment ça va? Peço desculpa. É o espírito do emigrante que já se vai apoderando de mim. Afinal, estamos no Querido Mês de Agosto (que, de resto, ainda irá merecer um apontamento, um destes dias).

Estamos de volta à nossa costa, desta vez para observar o fenómeno das pessoas que "vão à água". Porque ir à água é uma coisa importante. Envolve sacrifício, coragem e a despedida dos entes, porque se pode dar o caso de nunca mais voltar. No caso português, a água do mar costuma estar à temperatura ambiente... de Yakutsk! Que frio, senhores! Alguém que faça queixa ao senhorio, que a caldeira do Atlântico está avariada. Porque é que o raio da água não aquece? No Inverno até compreendo, agora no Verão? Estão 40ºC à sombra! Aquece mais rápido uma garrafa de litro e meio dentro da geleira Campingaz de uma família de veraneantes do que o mar a céu aberto.

Estas desumanas temperaturas motivam, como era de esperar, certos e determinados comportamentos curiosos por parte das pessoas. Aquelas que entram no mar até ao pescoço sem hesitar são vistas como valentes. Diz o povo (e peço desculpa pelo que se segue, mas é a terminologia correcta) que "têm tomates"! Eu digo que não. É justamente o contrário, porque quem os possui sabe da dificuldade que é submergir o corpinho a partir da coxa. Parece que os nossos amigos tentam achar refúgio junto do estômago, o que não é uma sensação propriamente agradável. Rezam as lendas que, por exemplo, Lance Armstrong não padece deste problema. E não, não é por causa da droga...

Com certeza que por vezes já devem ter reparado que, à beira-mar, estão sempre homens plantados, de mãos atrás das costas, a olhar para o infinito. Vocês acham o quê? Que eles estão a contemplar o horizonte? Não! Estão é a ganhar coragem para penetrar oceano adentro! Até porque aquele horizonte não tem assim tanto interesse como dizem: "Olha, água! E ali, mais água! E para acolá, o que é? Parece... Até parece que é... é água, mais água!...". A água já não nos devia fascinar como se estivéssemos no século XV, pois não? E ali ficam, horas e horas, com a pele das costas a estalar por causa da exposição solar. E só começam realmente a andar em frente ou quando o mar sobe e lhes atinge o baixo-ventre; ou quando olham para baixo e têm as tíbias à mostra, por causa da erosão causada pela ondulação a bater nas pernas.

Outro fenómeno associado ao nadar no mar é o "Efeito Croquete", de que eu me esqueci de falar no meu Manifesto Anti-Areia. O "Efeito Croquete" sucede quando, vinda da água, uma pessoa se deita no areal, ficando coberta de cima a baixo em areia. A ideia que dá é que ela acabou de ser panada, assemelhando-se por isso a um croquete. Que deleite para os canibais! Isto é o pináculo do desconforto causado pela areia, porque se sozinha ela já tem propriedades aderentes, aliada à água cria uma espécie de uma liga tão potente, que nem com uma Mangueira de Bombeiro na máxima pressão é possível remover!

Há ainda outro tipo de pessoas, que são aquelas que não vão à água. Estas são as mais racionais, inteligentes e responsáveis... Se eu costumo ir ao mar? Pouco. Porque perguntam? Não estão a insinuar que eu estou a ser parcial ao categorizar este tipo de pessoas como sendo as melhores, pois não? Espero.

Au revoir!

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Sand Wars: O Opúsculo Contra-Ataca

Avatar do autor Guilherme dos Santos Gomes, 02.08.22

Sabem aquela situação em que vamos na rua, e aparece um meliante armado com uma navalha a pedir-nos a carteira? Pois, eu também não!

Olá, como estão? Tudo bem? E a família, vai boa? Ainda bem. Eu avisei que só ia aparecer em Agosto, e assim o fiz. Pena que seja com uma notícia não muito boa: fui à praia!... Eu sei, eu sei que disse que detestava lá ir. No entanto, fui numa vertente mais investigativa que outra coisa qualquer, e acabei por reparar que na minha anterior publicação olvidei muitos factos inerentes à praia, e que são importantíssimos! Por essa razão, e por ter constatado que ainda há muito material no qual chafurdar, durante o mês de Agosto pretendo enveredar por composições com uma temática mais naval (tipo as colecções da Quebramar), fazendo uma espécie de série de fascículos coleccionáveis sobre tudo o que engloba as praias (mas se me apetecer escrever sobre outra coisa qualquer, acreditem que o farei, porque eu tenho um espírito muito anarquista!). Vamos começar com o tomo 68 (depois vocês lá organizam por ordem crescente), subordinado ao tema "Gutenberg e o Veraneante Comum"!

É comum ver-se, nas nossas praias, veraneantes com publicações lúdicas e/ou informativas. Regra geral, estes magazines são um dos três tipos que passo a listar:

  • Jornais desportivos - Sim, nunca meramente informativos. Sempre "A Bola", o "Record" ou "O Jogo". O público alvo, ou pelo menos aquele que é comum ver a ler isto, são os homens, normalmente reformados e veteranos de guerra (que no caso português não são desmembrados nem tampouco medalhados, mas senhores com uma tatuagem de um coração abaixo do ombro. Que queridos!). Como eu não percebo nada de futebol (e desporto, em geral. Mesmo danças, e assim, não são o meu forte. Tudo o que envolva mexer o corpo e suar não é comigo, mas acho que isso dá para perceber ao olhar para mim), e isto foi mais um pretexto para poder falar do veterano de guerra lusitano, vamos passar para o próximo.
  • Revistas Cor-de-Rosa e de Mexericos (ou fofoca, como dizem os nossos irmãos Brasileiros) - Este tipo de revista tem uma enormíssima tiragem nos meses das Férias Grandes. Há mesmo dados que apontam para este facto. E não é por acaso. Na verdade, ninguém quer gastar quase 3€ na Lux ou na Nova Gente, mas que remédio! Não há nada melhor para fazer na praia do que ver onde estão de férias os famosos e pensar "Porque é que eu não nasci como Georgina?". E acabadas férias, como o português comum se recusa a deitar fora algo pelo qual deu uma tão grande fortuna, leva as revistas para casa. Antigamente, iam direitas para o Porta-Revistas de Casa de Banho (melhor invenção de sempre), mas com o declínio deste interessantíssimo item de mobiliário, começaram a ser transladadas para a mesinha de centro da sala-de-estar (o que é extremamente higiénico, principalmente nos casos em que sala-de-estar e de-jantar são um e o mesmo compartimento. *cof-cof* E. coli *cof-cof*). Habitualmente, os números destas revistas encontram-se distanciados cerca de 52 semanas.
  • Revistas de Palavras-Cruzadas e Sopas-de-Letras - Tinham que figurar aqui. Porque são estas que mantêm os quiosques de beira-praia abertos. E estas vendem melhor que os outros dois tipos porque os designers das capas são verdadeiros génios do marketing! Devem ser os mesmos gajos que inventam os nomes das operações da PJ. Pegando, por exemplo, na Cruzadex. Tem elementos atractivos para todo o tipo de públicos: para o cidadão comum, o interesse geral por jogos mentais; para os intelectuais, o autoproclamado "Desporto Cerebral"; e para os gajos, as moças muito bem-parecidas (que quando são celebridades não podem estar a olhar para a objectiva da câmara!). Estes últimos costumam apanhar uma enorme desilusão ao folhear a revista... Ao contrário dos outros, este tipo de periódico têm a óbvia vertente prática. As canetas de "Em Fátima Rezei Por Ti" que receberam três meses antes servem para agora resolver estes quebra-cabeças (algo que também pode acontecer àqueles valentes que olham para as escadas da praia e pensam "Nã'... Eu vou subir pelas pedras").

Há também aqueles que levam mesmo livros para a praia, mas esses nota-se que estão confusos e não pertencem ali. Declaro, portanto, encerrada a crónica de hoje! Para a seguinte, dou só uma pequena dica: testículo. E mais não digo...

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