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A Psique de Guilherme

Dissertações acerca de temas vários levadas a cabo por um adolescente com, nota-se, demasiado tempo nas mãos e opiniões, e assim... A Blogosfera vive!

A Psique de Guilherme

Dissertações acerca de temas vários levadas a cabo por um adolescente com, nota-se, demasiado tempo nas mãos e opiniões, e assim... A Blogosfera vive!

A gerência responsabiliza-se pelos danos causados...

Avatar do autor Guilherme dos Santos Gomes, 26.11.22

NÃO! NÃO, NÃO PODE SER! A crise de ideias entrou novamente por mim acima, instalou-se e parece que daqui não quer sair. Sinto-me um apartamento de luxo para o meu bloqueio criativo! Estou sem ideias. Não me surgiu absolutamente nada (onde é que eu já ouvi isto?). Sinto que estou a acabar este mês como o comecei: num vácuo cerebral sem precedentes e prestes a cometer um genocídio só com o poder da minha força psíquica! Porque sim, este texto está a ser escrito num estado de enorme irritação. Creio que nem o Camões, que era um gajo que, embora pequenino (julgo, avaliando pelo tamanho do monumento em sua honra), era lixado para a porrada, estava tão possesso enquanto escrevia os Lusíadas. E ele estava exilado na Índia! Eu estou só no meu quarto. Agora imaginem!...

Para além disto, nem a inspiração consigo ir buscar. Os grandes escritores e poetas (*cof, cof* Fernando Pessoa *cof, cof*), quando não conseguiam criar patavina, recorriam às bebidas espirituais e alcoólicas para obter um novo alento. É que eu nem isso posso fazer, que ainda não atingi a maioridade, e o meu fígado não me iria perdoar! Mas eles podiam, faziam-no e depois acabavam por se sair coisas magníficas, como o “Soneto Já Antigo” que, para encher, passo a recitar:

Olha, Daisy: quando eu morrer tu hás de
dizer aos meus amigos aí de Londres,
embora não o sintas, que tu escondes
a grande dor da minha morte. Irás de

Londres p’ra Iorque, onde nasceste (dizes…
que eu nada que tu digas acredito),
contar àquele pobre rapazito
que me deu tantas horas tão felizes,

Embora não o saibas, que morri…
mesmo ele, a quem eu tanto julguei amar,
nada se importará… Depois vai dar

a notícia a essa estranha Cecily
que acreditava que eu seria grande…
Raios partam a vida e quem lá ande!

A mesma lógica se aplica aos músicos da década de 60. Não tinham ideias? Era aspirar pó pelas ventas acima como se não houvesse amanhã (ou então, como era o caso de Rod Stewart, para não afectar a voz, meter supositórios de cocaína... no cu, que é mesmo assim!)! E o resultado disso eram álbuns históricos como, e passo a listar: “Revolver” dos Beatles, “The Doors” dos The Doors, “todos” dos Pink Floyd. As substâncias psicotrópicas faziam bem pela música (música de que eu prometo que vou falar, designadamente da sua caminhada desenfreada para o abismo, mas quando tiver tempo para isso!), mas depois fazia-nos ficar como o Mick Jagger ou o Roger Waters, e ninguém quer isso...

Faz-me falta uma musa, alguém que sirva de inspiração para a minha obra. Até Pablo Picasso tinha uma, Sylvette David, que surge várias vezes representada em suas telas. Já agora, aproveito para fazer um pequeno momento de “Magazine Cultural”: a sugestão do dia é o filme de 2011 “Meia-Noite Em Paris”, dirigido por Woody Allen, onde esta musa de Picasso surge também referenciada. Além de um bom argumento (vencedor de Oscar), também a banda sonora desta obra cinematográfica é espectacular! Não se arrependerão, decerto. Voltemos à crónica. Se calhar vocês não estão bem a ver quem é a Sylvette, mas eu tenho aqui uma representação dela, que fiz ao bom velho estilo Picassiano.

Isto está a ser, na melhor das hipóteses, extremamente sofrível. É que para além da clara falta de coisas que eu tenho para dizer, também há o problema de esta ser a última semana de Novembro, e o que é que sucede? A temporada natalícia está mesmo aí à porta, mas eu não me sinto com vontade de já estar a fazer um ensaio inteiramente dedicado a ela. De maneiras que pronto, estamos assim, e creio que é assim que vamos ficar, porque a vida não está fácil, tenho uma dor de garganta, acho que estou a chocar uma gripe... Por hoje está bom. Passem bem!

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Isto de crescer ainda um dia acaba mal

Avatar do autor Guilherme dos Santos Gomes, 19.11.22

O Presidente da República desvalorizou a situação no Qatar. Todo aquele desrespeito pelos direitos humanos e tal..., mas, enfim, esqueçamos isto. É criticável, mas concentremo-nos na crónica.

A época Natalícia está aí à porta, e comecei a reparar que, e citando António Mafra em “O Carteiro”, faz sentir-me infelizmente que isto já não é para mim, mas a culpa não é minha (nem do carteiro, porque o carteiro não tem culpa!), é das crianças. As crianças monopolizaram o Natal. Tudo nesta época gira à volta delas. Eu já não consigo estar a ver o Disney Junior como o interesse de um adulto a ver um documentário no Odisseia, porque de 15 em 15 minutos lá aparecem blocos publicitários de brinquedos! Não, não estou interessado nos novos “Washimals” da Crayola, muito obrigado. E são tão alucinantes! É óbvio que os miúdos ficam alienados e querem tudo! E no final de contas, quem é que sai a ganhar no meio desta festa do consumismo? São as crianças... e os acionistas da Concentra e da Giochi Preziosi.

Mas não foi para me irritar com as crianças que vim até aqui (aliás, eu não vim até lado nenhum. Eu estou no meu quarto...). Foi, sim, para refletir quanto ao crescimento. Ser criança é sempre muito giro. Ainda que na altura não nos apercebamos disso (até porque ainda não temos a maturidade para nos apercebermos disso), a verdade é que esses são os melhores anos para se viver. E atenção! Devo frisar que ser criança é que é a melhor coisa do Mundo, não são as crianças a melhor coisa do Mundo! A melhor coisa do mundo são aquelas garras para coçar as costas. É importante fazer esta distinção. Enquanto infantes, mal podemos esperar para crescer! É-nos impossível aproveitar o momento, que a vida de adulto parece infinitamente mais interessante (se bem que isto de não se conseguir aproveitar o momento é um bocado transversal a todas as idades. Carpe diem!). Da perspectiva de uma criança, os crescidos têm sempre as coisas mais fixes. Por exemplo, quando eu era pequeno, casacos com bolsos internos eram quase ficção científica! Algo apenas acessível aos adultos. Tantos lugares para meter coisas. Aquelas jaquetas tinham potencial para transportar o que quer que fosse, desde brinquedos, a doces, até mesmo terra e pedras. O céu era o limite, as possibilidades eram infinitas! Hoje, é quase certo que qualquer casaco que eu compre tem desses bolsos, e não lhes dou grande uso. Perdeu-se um bocado a magia, não vou mentir... Outra coisa que seguia a mesma lógica eram as sapatilhas com atacadores. A mim só me havia sido apresentado o velcro (que atenção, é a melhor invenção de sempre!). Só que neste caso, não me importava de continuar com ele. Apertar os atacadores dá muito trabalho! E eu, que pensava que para subir na vida era preciso usar sapatos de homem! Mas estou mais ou menos na mesma. E aquele nó. Ai, aquele nó! O que me custou a aprender a dar aquele nó! O sangue, o suor e as lágrimas que eu soltei! Por acaso não foi nenhum, mas vocês perceberam a ideia...

Mas as vantagens de ser criança não param por aqui. Quem não sente saudades de chegar da escola, ainda a tarde era, como nós, uma criança, e pensar “Humpf! Hoje não vou fazer nada para além de sentar o cu no sofá e assistir aos desenhos animados ou às séries juvenis do Disney Channel, até porque ainda por cima hoje é sexta-feira e dá o ‘We Love Sextas’.”? Por acaso muita gente, até porque quando grande parte da população do nosso país não tinha idade para ter juízo, só havia dois canais e das duas, uma: ou se esperava que o Vasco Granja trouxesse os bonecos (ou como diziam as avós, “os macacos”. Por falar nisso, tenho que perguntar à minha avó porquê “macacos”) ou então gramava-se com o “Duarte e Companhia”, “O Barco do Amor” ou “O Justiceiro”, que até nem são programas nada maus!

Chegou a hora da despedida. Deixar apenas um aviso ao meu público infantil (que é practicamente, para não dizer completamente, inexistente): aproveitem a vossa idade enquanto a têm... e não peçam a “Fábrica de Sabonetes” da Science4You ao Pai Natal. Vocês vão usar isso para aí uma vez, e dois dias depois do Natal já vai estar a ganhar pó numa prateleira, como o Wheezy no Toy Story 2. Adeus!

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Trabalhos de Casa #5: “Quando estou doente”

Avatar do autor Guilherme dos Santos Gomes, 12.11.22

Eu até estava para pegar num texto de uma carta ao Pai Natal que eu tinha aqui no caderno do 3.º Ano, em protesto pelo facto de já andar a passar o anúncio da Popota deste ano (não só porque AINDA É MUITO CEDO, mas também porque eu desdenho a Popota e acho que a Leopoldina lhe dá 15 a 0!), mas encontrei esta enorme pérola! Do dia 27 de Novembro de 2014, um ensaio sobre da doença, do sofrimento e dos jogos de computador, a redacção “Quando estou doente”:

Quando estou doente fico em casa, na cama. Posso distrair-me a ver televisão, ou a ler um livro, mas fora isso só dormindo é que estou bem.

Normalmente é a minha mãe que trata de mim, mas se o meu pai estiver em casa são os dois.

O mês em que eu fico mais constipado é em novembro.

Fico na cama todo o dia, e, só me levanto quando preciso de alguma coisa!

Mas naqueles dias mesmo horríveis, quando estou com diarreia, a vomitar ou mesmo enjoado tenho que ir ao hospital e tomar charopes ou antibióticos que sabem mal e cheiram bem ou a mofo.

Pelo lado positivo, fico na cama, descansado e até posso ir ao computador jogar jogos à Internet.

Espero não ficar mais vezes doente este ano.

Vamos a isto: temos, então, a caracterização do estado de engripado do meu eu de 8 anos. Antes de mais, adoro a certeza com que eu digo que o mês em que fico mais constipado é Novembro. Digo-o como se estes resultados fossem fruto de um estudo, com recolha de dados ao longo de vários anos, que permitisse concluir que sim, o mês com o maior pico de casos de gripe na minha pessoa é o mês de Novembro. Se bem que, e partindo do princípio que eu não levei a cabo estudo nenhum (o que é falso, como acho que já foi possível perceber), os dados que eu apresento, a nível estatístico, estão incorrectos. Segundo o site do SNS, o pico de casos de gripe em Portugal ocorre entre Dezembro e Fevereiro, de maneiras que é possível concluir que o Guilherme de 2014 era um veículo de desinformação desenfreado, chegando, acredito, a representar um perigo maior para a sociedade que os “Médicos Pela Verdade”.

Depois, falo naqueles dias de doença mesmo horríveis, que são, e parafraseando-me, “quando estou com diarreia, a vomitar ou mesmo enjoado”. Repararam na ordem e na ênfase que eu dou a cada um dos sintomas? Tendo em conta a maneira como a frase está formulada, a ideia que passa é que eu ponho a diarreia e os vómitos atrás dos enjoos na tabela dos “Piores Sintomas da Gripe”. Pois, porque estar, como diz o povo, “tonto”, é pior que (e agora desculpem-me, mas vou ser um bocadinho visual) ter o nosso recto transformado nas Cataratas do Niágara!... só que em vez de água, é cocó... se calhar já tinha passado essa ideia, não precisava de ter especificado que era cocó... mas porque é que eu ainda estou a falar no cocó? Vamos seguir em frente, é melhor. O cocó que fique para trás!

Para terminar, eu vejo o lado bom desta situação, o copo meio-cheio (e agora já não estou a falar de cocó), mas abordo-o como se fosse um delito que eu estava a cometer. Porque quando eu estava doente, para além de ficar na cama a descansar, eu chegava até a jogar jogos na Internet! Uh! Que perigo! De repente, o Friv e o 1001Jogos transformaram-se nos casinos de Vegas, e eu num temerário apostador. Ou então não é nada disto, e sou eu que estou a divagar um bocado nas minhas próprias palavras. É capaz de ser mais isso, é... Pronto, ficamos assim. Dia 19 há mais. Beijinhos (ou então, em vez de “Beijinhos”, um sinónimo que estava no Priberam: “Amolgadelas”)!

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Nada em Lado Nenhum em Tempo Algum

Avatar do autor Guilherme dos Santos Gomes, 05.11.22

Um dia quero fundar uma equipa de futebol chamada "Útero" que favoreça e perca voluntariamente contra as outras, só para nos jornais virem títulos do género "Vitória de Guimarães levado ao colo do Útero"...

Hoje, estou sem ideias. Não me surgiu absolutamente nada. Aquela lampadazinha que se costuma ligar no nosso cocuruto nos momentos antes de dizermos “Eureka!” deve-se ter fundido e está a precisar que alguém a vá lá mudar. Porque isto é como diz o outro: “A criatividade é a inteligência a divertir-se”, e hoje tenho a inteligência muito macambúzia, ao que parece. Por falar nisso, quem é o “outro”, de que tanto se fala? Toda a gente se refere ao “outro” como a pessoa que diz as coisas que todos repetimos. Mas quem é este “outro”, então? “Este” não é, de certeza, mas a sua identidade continua sem se saber. A única coisa que eu sei é que será, decerto, alguém extremamente brilhante, porque não é qualquer um que cria estas frases e expressões todas! Quase que aposto que é o mesmo gajo que inventou as anedotas! E já que estamos numa de decifrar (ou pelo menos tentar decifrar) identidades, quem é o tal “Soldado Desconhecido”? E se não se sabe quem é, então como é que há tantas estátuas dele? Ah, pois! Com esta lixei-vos.

Isto está mesmo a ser interessante, não está? Peço desculpa. Vá, pensa Guilherme. Coisas interessantes para dizer... Hum... Ah! Vocês já repararam que o povo português tem orgulho em tudo aquilo que faz, independentemente do que seja? Adorámos bater recordes! A livraria mais antiga do Mundo? É nossa! A maior feijoada do Mundo? É nossa! O maior assador de castanhas do Mundo? É nosso, também! Mesmo coisas que estão fora do nosso controlo, mas que acontecem em território nacional, acordam este nosso orgulho em ser Lusitano. Por exemplo, quem é que nunca ouviu que o Terramoto de Lisboa foi um dos maiores da história e pensou “É isso mesmo! Força, Portugal! Somos os maiores!”? Exacto!

Pronto. Mais coisas, para ver se isto fica com um tamanho minimamente aceitável... Ah, já sei: na altura da pandemia ficou bastante claro que os movimentos de negacionistas estão a tomar proporções cada vez maiores, e isto é uma situação alarmante. Eles espalham informações falsas, desacreditam a comunidade científica e constituem aquilo que é um verdadeiro atentado à saúde pública. Uma das coisas que eles professavam era que as vacinas contra a COVID-19 continham um chip com 5G, e que a partir daí o governo conseguia controlar os nossos corpos! Pegando nisto, e para encher, eu imaginei uma situação que acho que seria caricata, e escrevi um pequeno sketch que passo a apresentar. Imaginem que isto é uma reportagem que se passa numa fila à entrada de um Centro de Vacinação:

Entrevistador (Ent) – Muito bom dia. Como se chama?
Manuel (Man) - Eu sou Manuel António da Silva.
Ent - E porque razão veio o senhor tomar a vacina? Para se sentir mais seguro, para proteger algum familiar?
Man - Nada disso. Eu vim porque sou um apaixonado pela tecnologia que vive em Adagoi. Sou, aliás, o único habitante.
Ent - E o que é que isso tem a ver com a vacina? Não estou a perceber...
Man - Tem tudo a ver! Pelo facto de gostar muito de aparelhos informáticos, adquiro bastantes gadgets e cenas bué de fixes pelas Wortens desta vida. No entanto, por viver numa aldeia que é dada como deserta desde há uns anos a esta parte, não tenho acesso a redes de Internet. Por isso vim tomar a vacina, na esperança que o 5G que nela está contido me forneça uma conexão Wi-Fi rápida e eficiente.
Ent - Certo... Obrigado. Daqui é tudo. Passo para o estúdio.

E hoje vamos ficar por aqui. Como deu para entender, isto foi, no fundo, uma selecção de ideias aleatórias e de notas breves que eu para aqui tenho, que não teriam arcaboiço suficiente para ver a luz do dia, e que eu não pude perder a oportunidade de tirar do papel. Qual papel? O papel. Mas qual papel? O pap... Peço desculpa, era Gato Fedorento. Sábado a gente lá se vê. ลาก่อน! (é “adeus” em Tailandês...).

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