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A Psique de Guilherme

Dissertações acerca de temas vários levadas a cabo por um adolescente com, nota-se, demasiado tempo nas mãos e opiniões, e assim... A Blogosfera vive!

A Psique de Guilherme

Dissertações acerca de temas vários levadas a cabo por um adolescente com, nota-se, demasiado tempo nas mãos e opiniões, e assim... A Blogosfera vive!

Pedido Formal de Parabenização

Avatar do autor Guilherme dos Santos Gomes, 24.02.23

Será que, quando se está a cantar o “Parabéns A Você” a um doente terminal, há a necessidade de dizer o verso “Muitos anos de vida”? É que, pronto, não é? À partida...

Olá! Como se encontram neste belíssimo 24 de Fevereiro? Eu sei, eu sei que é estranho estar a publicar uma crónica a uma sexta-feira, mas a verdade é que eu nunca oficializei o sábado como o dia fixo para as crónicas. O facto de eu as colocar sempre a esse dia é apenas resultado de uma convenção social, que nos faz ser rotineiros nas nossas acções. Mas pronto, não é por isso que eu estou a fazer esta ligeira alteração de agenda. Na realidade, tudo se deve ao facto de, no dia que hoje corre, eu completar o meu 17º aniversário. Portanto, achei por bem assinalar esta data, antecipando este nosso momento semanal de reflexão colectiva.

Fazer 17 anos é uma coisa que, na minha cabeça, nunca fez grande sentido. Se os 16 simbolizam a obtenção de uma renovada responsabilidade e o início de uma importante etapa na nossa vida, a entrada para o secundário, e os 18, o começo da idade adulta, os 17 são um género de um estúpido limbo, que não é bem carne nem peixe! Os 17 são a idade do infrutífero desejo pela emancipação: estamos ali, praticamente com um pé nos 18, mas ainda falta um bocadinho para podermos dizer, com autoridade, que já somos suficientemente crescidos para tirar a carta de condução (eu podia dizer “para ser preso”, mas agora a idade legal para isso é aos 16, portanto... Ficamos com a carta!).

Por esta razão, decidi reservar este espaço para falar das implicações de uma das mais incontornáveis instituições dos aniversários: a cantiga do “Parabéns”! Antes de mais, dizer que o nosso poema dos “Parabéns A Você” é, possivelmente, o mais belo de todo o mundo. Enquanto em qualquer outra língua, desde o Inglês, ao Francês, ao Castelhano e até mesmo ao Português do Brasil, ela não passa de uma repetição do primeiro verso, ao ritmo da popular melodia, nós temos um rico poema, em que estão contidos os nossos desejos para o aniversariante: muita felicidade e muitos anos de vida!

No entanto, o problema não se prende com o conteúdo da cantiga, mas com a maneira como ela é cantada. Porquê? Porque não há um mínimo respeito pela canção! Ninguém entra na mesma altura que ninguém; enquanto um já vai no “Nesta data querida”, outro ainda está a começar; há sempre alguém que passa o tempo todo a bater palmas, armado em metrónomo, mas mal; nada bate com nada, e isto resulta tudo num género de um cânone, mas ao qual eu chamaria, mais, “ca-nojo”... Depois, há o problema, que se põe em todas as vezes, que é o invariável aumento gradual da velocidade a que os “Parabéns” são cantados. Porque é que começamos a cantilena num Adagio e terminamos num Allegro? CANTEM A MÚSICA COMO DEVE SER! Já sei do que era preciso! De um Ringo Starr em cada esquina, para manter a cadência! Assim, por fim, conseguiríamos garantir a ordem! Ai não...

Para além disto, há ainda o problema do nosso comportamento enquanto nos cantam os “Parabéns”. Eu, pessoalmente (até porque se fosse “eu, impessoalmente”, não teria grande lógica), nunca sei o que fazer. Se bato palmas sem cantar, pareço parvo. Se acompanho os restantes na cantiga, pareço um bocado narcisista, logo parvo. Se não faço nada e fico ali especado... fico a parecer parvo, também! Não há nenhuma atitude que se me afigure correcta!

Como se já não bastasse, depois ainda há aqueles otários (e eles sabem muito bem quem são) que, quando nós pensamos que a musiquinha já é um assunto arrumado, começam com aquela porcaria do “Tenha tudo de bom...”! Odeio essa gente!

Dito tudo isto, e como eu tenho o costume de colocar dedicatórias a propósito dos aniversários dos meus familiares no meu Facebook pessoal, vou passar a apresentar a minha "Autobiografia Não Autorizada, Não Pelo Facto De Não Ser Escrita Pelo Próprio, Que Até É, Mas Porque Este Gajo Tem A Mania Que É Diferente, Muito Disruptivo, E Mais Não Sei O Quê, E Parece Que Só Quer Chatear O Pessoal De Guilherme dos Santos Gomes":

Guilherme Gomes nasceu no dia 24 de Fevereiro do ano em que o Universo ficou mais pobre, porque o estatuto de planeta de Plutão foi negado. Historiadores apontam o facto de Guilherme ter nascido num dia de neve como justificação para a sua estação favorita do ano ser o Inverno, mas todos nós sabemos que isso é tipo a Astrologia: não significa absolutamente nada!
Desde cedo, mostrou ser alguém: o Guilherme, mas acho que já tínhamos ficado esclarecidos quanto a isso... Começou a falar com apenas 9 meses de vida, segundo os seus pais os 9 meses mais sossegados desde então. Até agora, ainda não se calou. Muito jovem, começou a maturar a sua personalidade e os seus gostos, havendo evidências de que os seus artistas musicais favoritos, à época, eram os Anjos, a Floribella... e o Paco Bandeira. Guilherme Gomes: o Benjamin Button da vida real!
Entrou para o Jardim Infantil em 2009, muito contra a sua vontade. Há relatos desta época que permitem afirmar que Guilherme ainda tentou a sua sorte enquanto delinquente, tendo chegado a partir uma pulseira da sua educadora, mas acabou por não conseguir singrar nesta carreira. Jovem autodidata, pelo menos até se dar conta que ser autodidata dá muito trabalho e que é mais fácil serem os outros a ensinarem-nos coisas, aprendeu a ler completamente sozinho com apenas 4 anos. Ainda aos 4 anos, começava a assistir aos conteúdos que o viriam a transformar no Guilherme que hoje é: os DVD dos Gato Fedorento.
Em 2011, antes do nascimento da sua irmã mais nova (surpreendente era se nascesse em 2011 e, ainda assim, fosse mais velha), e em resposta à questão "Gostavas mais de ter um irmão ou uma irmã?", Guilherme dizia "Um tigre!".
Quando se fala da entrada de Guilherme para o 1.° Ciclo do Ensino Básico, que completou no Patronato Nuno Álvares Pereira, fala-se, para o próprio, da época áurea da sua vida estudantil. Guilherme recorda, com saudade, conteúdos como os ditongos, a tabuada do 3, ou a regra dos 9.
Em 2016, começa a frequentar o Colégio de Lamego, onde ainda hoje se encontra a estudar. Para Guilherme, esta casa acolheu-o como se de um filho se tratasse, o que até nem é verdade, porque, para além de as casas não conseguirem ter filhos, seria muito estranho uma casa aperfilhar um ser-humano. Foi aqui que Guilherme teve oportunidade de deixar aflorar o seu lado mais artístico. Como resultado de brilhantes interpretações de, entre outras, Pai Natal, Pinheiro e Camões, Guilherme conta já com para cima de 7 de fãs, um pouco por todo o mundo.
Nos dias de hoje, Guigomes, aglutinação pela qual é conhecido, segue tentando fazer rir os seus pares; ouvindo Beatles e José Cid; vendo filmes de Woody Allen e Monty Python; escrevendo crónicas semanais no seu blogue; consumindo os produtos radiofónicos de Nuno Markl e as matérias escritas de Ricardo Araújo Pereira; comendo e dormindo, mas pouco (a parte do dormir). No entanto, sempre com a esperança de um dia, quem sabe, poder regressar à carreira de delinquente que há tanto deixou para trás.
O fim!

Foi isto. Até ver!

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Trabalhos de Casa #10: "O carnaval no Mundo"

Avatar do autor Guilherme dos Santos Gomes, 18.02.23

Bem-vindos a mais uma destas autênticas bodegas a que eu chamo crónicas! O meu nome é Guilherme Gomes e estou aqui, mais uma vez, para vos apresentar situações! Este sábado, o que me traz cá é o décimo episódio dos “Trabalhos de Casa”. Número redondo, tudo muito giro, mas não vamos perder tempo com coisas destas. Vamos, sim, passar ao texto. Na semana passada, a crónica foi dedicada ao S. Valentim, e esta semana será dedicada ao Carnaval. O que, se pensarmos bem, até tem a sua lógica, porque, no dia dos Namorados, a maior parte das pessoas recorre a máscaras para parecer melhor do que é e muita gente acaba a fazer figura de palhaço. Apresento, de seguida, o texto “O carnaval no Mundo”, do dia 28 de Fevereiro de 2015:

O carnaval é conhecido mundialmente. Eu não faço ideia de quando é que esta tradição foi inventada, mas há uma coisa engraçada, nunca calha no mesmo dia. Em 2014 calhou no dia 4 de março, em 2015, no dia 17 de fevereiro e em 2016, vai calhar no dia 9 de fevereiro.

O maior carnaval do mundo é no Brasil que junta mais ou menos 2.000.000 de pessoas. Eles passam meses a treinar o samba e as suas músicas.

No mesmo país há muitas formas diferentes de comemorar o carnaval como por exemplo: em Portugal são desde o samba de Ovar até ao entrudo de Lazarim. Mas há uma coisa em comum, as máscaras de madeira ou plástico, etc...

A palavra carnaval traduzida à letra significa «adeus à carne.»

E isto é um pouco do que é o carnaval, mas ainda há mais.

Texto muito informativo, faz-me parecer que vou ter bastante suminho. Começamos logo com mais uma das minhas inúmeras demonstrações de incultura e impreparação, quando eu exponho que não faço ideia de quando é que esta tradição foi inventada. E fazer um bocadinho de pesquisa, não? Para terem uma ideia, eu acabei de ir consultar o Sr. Google, e em 0,33 segundos obtive 29 600 000 resultados, o que me permitiu concluir que o Carnaval, como hoje o conhecemos, começou na Idade Média. Isto, hoje em dia, só não anda informado quem não quer, meus amigos!

Imediatamente a seguir, ainda outra prova da minha total e completa estupidez e ausência de conhecimento, quando falo do Carnaval do Brasil. Ao passo que é inegável concluir que o maior Carnaval do mundo é o do nosso país irmão, não me parece muito correcto afirmar que este junta mais ou menos 2 milhões de pessoas. Isto porquê? Porque, com outra simples pesquisa, é possível verificar que o número de foliões tende a rondar os 40 milhões! O que me leva a crer que eu me limitei a meter para ali um número que me parecia mais ou menos grande, porque também não estava para me chatear. O que, à partida, é verdade.

Depois, ponho-me a falar das tradições carnavalescas dentro do nosso Portugal. E o primeiro exemplo que dou é logo, espantem-se, uma treta! Podia ter falado dos caretos de Podence ou dos cabeçudos e dos Zés-Pereiras de Torres Vedras, mas não. Falei, possivelmente, da ÚNICA tradição de Carnaval do nosso país que é importada! Porra, o Samba é muito bonito, mas não é uma tradição portuguesa! Dizer que o Samba é filho do mesmo solo que Camões é a mesma coisa que dizer que o nosso prato regional favorito é o McChicken! Ainda por cima, para além disto, saio-me com um “Mas há uma coisa em comum [nas tradições de Carnaval], as máscaras de madeira ou plástico, etc...”. Pois, porque no tal samba de Ovar usam-se muitas máscaras, não é?!

Por fim, digo que tudo aquilo que referi é apenas uma pequena parte do que é o Carnaval e que ainda há mais. Pois, mas o quê? É que eu deixo isto no ar, mas não digo mais nada! Filho, isto é um texto expositivo, não é narrativa nenhuma. Não se pode simplesmente deixar isto em aberto e as pessoas que fiquem augadas! Palhaço! Este foi daqueles textos em que é tudo ao lado! Porra! Até uma próxima!

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Tudo Aquilo De Que Você Necessita, Assim De Uma Forma Geral, É De Amor

Avatar do autor Guilherme dos Santos Gomes, 11.02.23

Porque é que será que 1 quilómetro soa a mais que 1000 metros? Porque, se pensarmos, as palavras 1 e 1000 têm pesos drasticamente diferentes, mas a palavra "quilómetro" consegue ter poder suficiente para suplantar esta relação!...

Aqui estamos nós, de novo, reunidos neste evento semanal que é a crónica da Psique. Desta vez, e por estarmos tão próximos do Dia de S. Valentim, vulgo “Dia dos Namorados”, venho falar de amor. O amor é uma coisa bonita. O amor é o que ainda vai trazendo alguma humanidade à humanidade. O amor... o amor é como se fosse um fogo que arde sem se ver, um ferida que dói e não se sente, um contentamento descontente, uma dor que desatina sem doer. Arrisco até dizê-lo assim. Mas, mais do que tudo, o amor é um fenómeno neurobiológico que nos faz sentir coisas cá dentro, ou o que é. Agora, o que é que um solitário rapaz de 16 anos pode dizer acerca deste tão complexo estado de espírito? Em princípio, nada. No entanto, como ninguém manda em mim, vou passar a apresentar o meu workshop intensivo que vos vai ajudar a não passar o próximo dia 14 sozinhos (workshop esse que, comigo, não funciona. Mas pronto, isto é quase como aquelas pessoas que dão cursos acerca de como enriquecer e não enriquecem... A lógica é mais ou menos a mesma):

O primeiro passo, que é talvez o mais importante, é dar-se a conhecer e conhecer a pessoa com quem pretendem ficar. Eu sei que pode ser um processo algo moroso e que, daqui até terça-feira, não vai ser muito fácil de levar a cabo, mas não caiam no erro de se tentar envolver com alguém com quem não têm uma relação algo consolidada, porque à partida não acabará muito bem. Um engate de ocasião pode parecer muito giro, na altura, mas acabará, eventualmente, por deixar um certo vazio dentro de vós, caros discípulos. O amor é uma coisa demasiado pura para ser assim desperdiçada (nota-se muito que ando a consumir literatura da era romancista?).

O segundo passo, caso o primeiro tenha já sido findado, é a proposta. Aqui, eu sugiro o tradicional método da “carta de amor”. Eu sei que pode parecer um procedimento algo primitivo e que, com os CTT, nem em Março a carta chegou ao destinatário (uh, que ele agora faz crítica social!), mas creio ser dos mais amorosos e infalíveis. Isto se não forem muito chatos. Porque se forem muito pica-miolos, não vale a pena. Vejam, por exemplo, o caso do cantor romântico Tony de Matos, que nos diz, na sua canção “Cartas de Amor”, o seguinte:

Porém de ti

Nem sequer uma carta de amor

Uma carta vulgar recebi

Para acalmar minha dor

Mas mesmo assim

Eu para ti não deixei de escrever

Chato do caraças, pá! Já percebeste que ela não te passa cartão, está quieto!

A carta deve seguir um modelo-tipo. É importante começar sempre por deixar claro ao que se vem. A justificação do porquê de essa pessoa dever ficar convosco virá depois. Porque sim, no fundo uma carta de amor (escrita entre pessoas que não se encontram num namoro, entenda-se) é uma enumeração de fundamentos para que uma relação aconteça. É uma espécie de curriculum vitae que se envia à pessoa amada para que ela diga “Sim senhor, é com este indivíduo que eu quero iniciar um romance!”. E, assim como numa entrevista de emprego, dá sempre jeito fazer com que o empregador fique com a ideia de que nós valemos mais alguma coisa do que aquilo que realmente valemos. Se forem como eu, são profundamente fraquinhos, de maneiras que têm que se valer obrigatoriamente do parlapié para chegar a algum lado. Eu sugeria, talvez, era que não associassem o amor à lua, como faz a maior parte dos poetas, porque aquilo que me vem à cabeça sempre que vejo estas duas ideias unidas é o seguinte:

Rapaz: Meu amor, o teu brilho é como o brilho do luar.

Rapariga: Romântico?

Rapaz: Não, falso...

O terceiro passo é não ligarem a nada do que eu disse, porque eu não percebo nada disto, e simplesmente falarem directamente à pessoa a quem querem chegar. E depois, logo se vê. No fundo, isto é um bocadinho um jogo de tentativa e erro: por vezes ganha-se, por vezes perde-se, mas é assim a vida! Eu cá, dia 14, vou comer uma bifana com um amigo, num convívio de imposto celibatário, que em princípio se arrastará até um de nós chegar a um qualquer 14 de Fevereiro comprometido. “Embrace the loneliness”, diria eu! Até para a semana!

ALL YOU NEED IS LOVE.png

Ide abreviar para a vossa casa!

Avatar do autor Guilherme dos Santos Gomes, 04.02.23

A irmos pelo sentido das palavras, se um invisual é alguém que não consegue ver, quer isso dizer que na Índia é sempre de noite...

Estou aqui, mais uma vez, para exteriorizar amargos sentimentos acerca de assuntos vários. Hoje, venho-vos falar da falta de rigor e de tacto com que as pessoas têm vindo a manusear a língua portuguesa, pelo menos no que à Internet diz respeito. É com muita pena que assisto à agonia daquilo que é o bem-escrever do nosso magnífico idioma. Já não tinha bastado o Malaca Casteleiro, pois não (já ninguém sabe quem é o Malaca Casteleiro...)? Custa-me, juro que me custa. E a essas pessoas também parece que custa alguma coisa, mas é a escrever. Como eu sou uma pessoa muito atenta aos grandes e preocupantes temas, vou resumir os maus-tratos que a nossa língua tem sofrido. Ei-los, então:

  • O primeiro atentado linguístico que trago são, como era de esperar, os erros ortográficos em geral. Quando são cidadãos mais velhos a acometer contra a língua desta forma, e apesar de eu continuar a não respeitar, eu até entendo, porque antigamente a taxa de analfabetismo era altíssima. Basta lermos cartas de soldados da I Guerra Mundial, ou mais recentemente, da Guerra Colonial, e damos com cada bacorada que valha-nos Nosso Eça de Queiroz! Chega-me a dar vómitos! Mas pronto, era gente com poucos estudos, é normal que, tentando passar o que era dito oralmente para o papel, e sabendo que mesmo o discurso não era dos melhores, houvesse muitas falhas no texto. O problema é quando são jovens a cometer os mesmos ou até erros de pior calibre! Porque hoje em dia já não há a desculpa da iliteracia! Toda a gente tem que passar por, pelo menos, 12 anos de estudo da língua materna! E, mesmo assim, se abrirmos uma rede social, somos bem capazes de dar de caras com “Fizes-te” ou “Fizestes” em vez de “Fizeste”, “Hades” em vez de “Hás de” ou o uso e desuso indiscriminado de “Há” com e sem H. Isto é nojento!
  • Outra violação da Língua Portuguesa, que eu também abomino com todo o meu ser, são as abreviaturas de palavras. Eu sei que antigamente, quando as SMS eram pagas ao caracter, era importante poupar quantas letras fossem possíveis. Eu sei, não precisam de mo dizer. Mas isso, lá está, era antigamente. Hoje, não há essa necessidade. Então, porque raio é que as pessoas continuam a abreviar palavras? Porquê dizer “bjs” e não “Beijinhos”? Porquê dizer “nnc” e não “Nunca”? Porquê “k” em vez de “Que”? Porquê “n” ao invés de “Não”? É que, ainda por cima, hoje há, nos telemóveis, uma barrinha de sugestões com palavras que possamos querer usar naquele contexto. Nem é preciso escrever a palavra toda, basta clicar ali! Então porque é que continuam a mandar mensagens codificadas? E não sei se já repararam, mas as letras que, por hábito, são descartadas, são sempre as vogais! Qual é o vosso problema com o “A”, o “E”, o “I”, o “O” e o “U”, seus Hooligans? Ao passo que, durante o período Barroco, havia um movimento alternativo de pessoas que tinham “horror ao vazio”, agora há um de pessoas com horror às vogais! Sugiro até um nome para ele: “rcc”. Espero que gostem, seus animais!
  • Outra situação que também me chateia imenso é a falta de pontuação nas frases. Será que pedir para que se coloque a pontuação adequada em cada sentença é pedir de mais? Porque se, por exemplo, eu receber uma mensagem de alguém a dizer “fulano tal vai à festa” e essa frase não tiver nenhuma pontuação no fim, como vou eu saber se se trata de uma frase declarativa ou interrogativa? Não sei! Por isso, como é que respondo? Com um “Sim.” ou com um “Está bem.”? Não tenho razão no que estou a dizer? Por exemplo, nesta última frase que escrevi, se não tivesse colocado o ponto de interrogação, vocês iriam ficar com a ideia de que eu me estava a contradizer no meu discurso, dizendo que afinal não tinha razão no que estava a dizer, e iam ficar a pensar que afinal sou estúpido, o que é falso!
  • Para terminar, outra coisa que eu acho muito parva. Porque raio é que as pessoas, quando estão a escrever algo e desejam dar a ideia de que estão a prolongar o som de uma palavra, escrevem sempre a sua última letra repetidas vezes, quando na realidade nunca ninguém articula realmente a última letra de forma prolongada? Aquando da articulação de um vocábulo, o som que surge prolongado é sempre o correspondente à sílaba tónica, nunca o de uma das átonas! As pessoas dizem "fiiiiiixe!", não "fixeeeeee!", mas a triste realidade é que quando estão a escrever optam sempre pela segunda opção...

É tudo. Por hoje, já destilei demasiado ódio e frustração. Vamos acabar por aqui. Até para a semanaaaaaa!

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