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A Psique de Guilherme

Dissertações acerca de temas vários levadas a cabo por um adolescente com, nota-se, demasiado tempo nas mãos e opiniões, e assim... A Blogosfera vive!

A Psique de Guilherme

Dissertações acerca de temas vários levadas a cabo por um adolescente com, nota-se, demasiado tempo nas mãos e opiniões, e assim... A Blogosfera vive!

BBC Vida Selvagem: O Mirone de Montras

Avatar do autor Guilherme dos Santos Gomes, 13.05.23

O dia de hoje é, como todos devem saber, muito importante para o nosso país. Isto porquê? Porque faz precisamente seis anos que o Salvador Sobral limpou a Eurovisão. Não sei se se recordam bem do contexto sociocultural à época, mas eu ajudo-vos a aclarar as ideias. Foi um ano em que o Papa Francisco visitou Portugal, a vencedora da edição anterior da Eurovisão tinha sido a canção Ucraniana e a voz do representante Lusitano foi considerada uma das melhores daquele certame. A situação que se vive este ano parece-me bastante semelhante, não? Mimicat, creio que estão reunidas todas as condições para, ainda hoje, trazer o troféuzito para casa! Força nisso!

¡Hola! ¿Cómo estás? ¿Tudo bien? Espero que si. Hoje, venho-vos falar de um fenómeno de bastante comum ocorrência, ainda que não nos apercebamos dele: os mirones de montras. Já todos fomos mirones de montras, não vale a pena negar. Podemos não ter feito por mal, e eu acredito na bondade dos membros da minha audiência, mas o certo é que o já fizemos. Mas em que é que consiste este fenómeno, portanto? No fundo, consiste no acto de parar à frente da montra de uma loja, não interessa de quê, olhar muito atentamente lá para dentro, analisar os produtos e tal, mas acabar por não entrar nela, seguindo com o nosso caminho. À primeira vista, pode parecer algo inofensivo e nada prejudicial, mas o certo é que o dano causado por esta nossa acção pode ser muito maior do que aquilo que aparenta. Porquê? Porque dentro dos estabelecimentos comerciais há sempre funcionários, e ao notar a aproximação de um possível cliente, estes começam a criar expectativas e a projectar cenários. Põe-se a analisar o perfil do comprador; vêm, se for o caso, de que pessoas se faz ele acompanhar; se de uma loja de pronto-a-vestir se tratar, começam logo a tirar-lhe as medidas, para ver se terão o seu tamanho em loja; e, partindo daqui, estimam os produtos que este poderá, eventualmente, vir a adquirir. Ora, quando o potencial consumidor se vai embora, as expectativas do lojista ficam frustradas. Na sua cabeça, ele deve-se ficar a sentir como um triste e solitário animal num Jardim Zoológico. Enclausurado, com o único propósito de ser olhado por qualquer pessoa que passe. A observar a maldade do ser-humano, que precisa de encarcerar inocentes seres para seu próprio entretenimento e gáudio.

Manter estas práticas desumanas, de não nos valorizarmos uns aos outros e de apenas nos usarmos, é apenas estar a alargar o passo da sociedade para o abismo. Por isso é que eu comecei a adoptar o inovador e revolucionário método “Entrar, Ver, Sair”. Este consiste em, após olhar com interesse para uma montra, entrar na loja, mexer em dois ou três itens, e sair, despedindo-nos do funcionário e desejando-lhe um bom negócio. Desta forma, o lojista vê que nós nos interessamos ao ponto de entrar no seu estabelecimento, mas que, por uma razão ou por outra, acabamos por não adquirir nada. Porém, com isto, também se pode dar a situação de este ficar a pensar que não foi suficientemente persuasor com o cliente, ou que não está a fazer bem o seu trabalho, ou que nós já íamos com a ideia de não comprar nada e só lá entramos para, no fundo, lhe fazer um favor. Portanto, porra! Não dá para agradar aos comerciantes! Vale mais desprezar completamente a existência das lojas, a menos que estejamos mesmo com ideias de lá ir comprar alguma coisa! Sinceramente, senhores do comércio, deviam ter vergonha de nos fazer sentir assim!... Bom, se calhar sou eu que estou a fazer uma tempestade num copo de água e nada disto é como eu digo... É capaz, é... É melhor ficarmos por aqui, nesse caso. Cumprimentos à família e até para a semana!

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Trabalhos de Casa #13: "Os meus monstrinhos"

Avatar do autor Guilherme dos Santos Gomes, 06.05.23

Cá vamos nós, mais uma vez, embarcar nesta magnífica trip de LSD de conhecimento e cultura que é a rubrica preferida dos fãs (quem?) da Psique de Guilherme: os “Trabalhos de Casa”. Desta vez, devo contextualizar a situação. Do que me lembro, havia no manual de Português do Alfa do 4º Ano, Porto Editora, um texto sobre o monstro da preguiça. O autor, no fundo, pegava nesta ideia de que os defeitos humanos são uns monstrinhos que nós não só podemos como devemos combater. A partir daqui, a professora Alice pediu-nos que escrevêssemos uma composição sobre os nossos monstrinhos. E foi isso que eu fiz, na redacção do dia 1 de Outubro de 2015, “Os meus monstrinhos”:

Os meus monstrinhos são muitos. Tenho o monstrinho do mau comportamento, o da preguiça, da distração, dos maus hábitos e muitos mais parecidos com estes.

Para os deter preciso de ter força de vontade e não lhes ligar, assim iram desaparecer. Para destruir o monstrinho do mau comportamento tenho de me portar bem, para destruir o monstrinho da preguiça tenho de trabalhar e não ficar mole, para destruir o monstrinho da distração tenho de me concentrar e para destruir o monstrinho dos maus hábitos tenho de ter bons hábitos.

Quando os meus monstrinhos forem todos destruidos poderei ser melhor, mas até lá tenho de ganhar muita mais confiança e força de vontade.

Os monstrinhos são muito poderosos e maus, mas com o tempo, eu e toda a gente vamos conseguir vence-los.

Os meus monstrinhos! Devo dizer que ainda conservo, religiosamente, dois dos monstrinhos daquela época: o da preguiça e o dos maus hábitos. Que eu sou uma pessoa de princípios e há certa coisas que não se podem deixar ir! Daí talvez os meus 110 quilos!... Pode-se alegar que estou mal-habituado e tal, tudo muito bem. Mas se a má-habituação é tão boa! A preguiça é chata, às vezes? É, sim senhor! Procrastinar até ao limite (ou seja, procrastinar, só) por vezes dá cocó? Dá, pois! Manter um estilo de vida sedentário pode reduzir a nossa esperança média de vida em algumas décadas? Pode e bastante! Mas depois pomo-nos a pensar e sabemos bem que é verdade que custa imenso ir a um restaurante e pedir uma salada quando se sabe perfeitamente que se pode comer uma Francesinha! E também custa ter que correr quando existe o andar, que é uma invenção já bastante antiga, mas ainda bem boa! E sabemos também que fazer trabalhos com duas e três semanas de antecedência, ao invés de na véspera, em cima do joelho, acabaria com metade dos nossos stresses. Mas nós somos, no fundo, uns masoquistas pelo relaxamento. Achamos que, lá por adiarmos os problemas, eles vão desaparecer, mas que o resultado é justamente o contrário: não só eles não desaparecem, como ganham proporções inimagináveis. Nós não temos propriamente remédio... ou será que temos?

No segundo parágrafo do texto, se estão recordados, eu explico quais as melhores maneiras de “deter” estes impulsos, vulgo “monstrinhos”. Segundo eu, é preciso é ter força de vontade e não lhes ligar. Por exemplo, para acabar com o monstrinho da distração, o ideal é... concentrar-me. E para o dos maus hábitos... é ter bons hábitos. Quer dizer, assim é fácil, não é? No fundo, eu caio um bocado naquela coisa do “Estás com depressão? Apanha Sol, pá! Anima-te!” ou “És toxicodependente? Não consumas estupefacientes! É tão simples quanto isso! PRÓXIMO!”. O problema é que não é assim tão linear. Há certas coisas em que funciona, mas não é muito comum. Por exemplo, no meu caso, eu tornei-me um bichinho “inofendível” (necessitei de inventar este termo, porque não queria estar a dizer “que não possui a capacidade de ser ofendido”) desta forma, não ligando. Também foi um bocado assim que eu evitei alguma vez sofrer qualquer tipo de bullying. Porque as crianças são cruéis, e como eu sempre fui gordo (“Ai, tu não és gordo, és forte!”. Permitam-me que eu vos responda citando Gato Fedorento: “Forte é o Tarzan Taborda! Eu sou é gordo!”), as chances de vir a sofrer bullying eram assim para o altitas. No entanto, nunca dei espaço aos arruaceiros para me tratarem mal, sempre me antecipei a eles fazendo uma espécie de auto-bullying. Por causa dessa resistência à ofensa, criei uma espécie de escudo, e hoje não sou capaz de me chatear com qualquer tipo de comentário. Mas, como disse, nem sempre é assim, e se há alguma coisa que o apoquenta, caro espectador, e da qual não se consegue livrar, procure falar com familiares, amigos, ou mesmo profissionais creditados. Não se deixe vencer pelos seus monstrinhos! Até para a semana!

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