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A Psique de Guilherme

Dissertações acerca de temas vários levadas a cabo por um adolescente com, nota-se, demasiado tempo nas mãos e opiniões, e assim... A Blogosfera vive!

A Psique de Guilherme

Dissertações acerca de temas vários levadas a cabo por um adolescente com, nota-se, demasiado tempo nas mãos e opiniões, e assim... A Blogosfera vive!

Breve introdução ao estudo do "Festival Comunitário" (Especial 1 Ano)

Avatar do autor Guilherme dos Santos Gomes, 11.07.23

Sei que não é normal eu estar a dar sinais de vida a uma Terça-Feira, mas a verdade é que a ocasião é especial. Porque faz hoje exactamente um ano que eu escrevi a primeira crónica d’A Psique de Guilherme. Muitos parabéns!

É verdade, foi no dia 11 de Julho de 2022 que eu, após uma noite de insónia, tive a excelente ideia de criar um blogue e começar a escrever textos semanalmente. Portanto, foi uma ideia vinda de alguém que não tinha pregado olho na noite anterior. Acho que isso explica muita coisa!... No sentido de celebrar esta efeméride, hoje trago-vos uma crónica, a terceira que escrevi, no dia 24 de Julho, com o sugestivo nome “Breve introdução ao estudo do "Festival Comunitário"”. Sobre o que ela versa, já ides descobrir. Agora, porque escolhi eu este texto? Por três ordens de razões: primeiro, porque estamos novamente na época das festas em honra disto e daquilo que acontecem nas aldeias, um pouco por todo o país; segundo, porque gosto muito deste texto e acho que ele merece uma versão videográfica; e terceiro, porque a minha mãe me anda a chatear desde o ano passado para “fazer um vídeo com esta crónica”. De maneiras que aí vai. Retirado do baú, eis um dos “Clássicos da Psique”:

Verão: Portugal está, de uma forma generalizada e alarmante, a arder. No entanto, romarias e festas populares estão a acontecer, e a atenção do povo direcciona-se para elas. Este fim-de-semana, por exemplo, estive na festa de Sande. E para mim foi um deleite ir ver o povo à praça. Porque sim, pode estar o Augusto Canário (e os amigos dele) a cantar, que a minha atenção estará sempre direccionada para o público. Tem mais interesse, vos garanto!

A paródia feita às festas populares no filme "7 Pecados Rurais" (o de Curral de Moinas) é, para mim, o mais fiel retrato destas. Se no filme o Quim e o Zé comem sandes de entremeada de furão e jogam numa barraca de "Dar Banho Ao Anão", nas festas de aldeia a situação não é muito diferente. Porque vamos lá ver: olha-se para um lado, um bêbado de boné e camisa aberta encostado a um muro. Olha-se para o outro, um bêbado de boné e camisa aberta encostado a um muro. Olha-se para trás, um bêbado de boné e camisa aberta encostado a um muro. Em frente, um largo cheio de pessoas a dançar. A dança é sempre a mesma, independentemente se o conjunto toca o super-êxito "Pimba Pimba" do Emanuel, o "Vira do Minho", ou o "Clair de Lune" do Claude Debussy. Pelo chão espalhados, copos da Sagres amachucados. O elemento mais predominante destas festas é, a seguir aos alcoólicos, a luz. As bandas trazem sempre com elas uns focos potentíssimos que, de Sande, provocam insónias nos habitantes de Vila Nova de Cerveira. Deve ficar barata aquela conta da luz, deve! De certeza que a malta da EDP consegue pagar os Subsídios de Férias a todos os trabalhadores da zona Norte só com a conta do mês de Agosto de um agrupamento musical!

Para além do público, temos os comes-e-bebes. Cachorros, bifanas, pipocas, algodão-doce, uma ou outra fartura, e não passa muito disto. Dá impressão que o aparente desleixo da ASAE relativamente às roulotes fazem com que a comida tenha outro gosto! Ao contrário do que se pensa, o "Pesadelo Na Cozinha" só veio arruinar o sabor da comida que as pessoas consumiam. Porque se aqueles restaurantes tinham clientela, era porque gostavam. Ninguém volta uma segunda vez a um sítio onde foi mal servido e/ou tratado! Por isso, devemos dar graças por estas barraquitas ainda irem passando pelos pingos da chuva.

Outro intemporal clássico são os brinquedos. Não há nenhum arraial em que não hajam balões dos Minions ou da Patrulha Pata cheios de hélio que, invariavelmente, as crianças acabarão por deixar voar. E sim, crianças, eles continuam a voar até ao espaço, e os que não são apanhados na EEI (ou ISS, em estrangeiro) continuam a voar até chegar a Marte. Tanto que o Elon Musk vai mandar um vaivém de teste cheio de balões de alumínio até lá, e tudo! Outros brinquedos muito populares são as pistolas de água, aquelas espadas cheias de líquido para fazer bolhas de sabão, e possivelmente aquilo que eu mais odeio, que são aqueles filhos da mãe daqueles cãezinhos robôs pequeninos, que às vezes até vêm com chapéu e óculos, andam, mexem a boca, e fazem um barulho de tal forma irritante que a minha vontade é pegar num martelo-de-orelhas e partir aqueles sacaninhas até que não sobre nada... peço desculpa, exaltei-me um bocadinho!...

No fundo, e em jeito de notas finais (agora pareço o Professor Marcelo), as festividades populares são um antro de tudo o que de melhor há no nosso mundo, e seria uma enorme (ENORME) pena se um dia elas terminassem. E caso isso aconteça, espero já cá não estar para o ver.

Hasta la vista (senti falta do "baby"...)!

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É Pior Que Um Mitra De 14 Anos?

Avatar do autor Guilherme dos Santos Gomes, 08.07.23

Apareceu-me uma notícia com o título “Mais de metade dos jovens entre os 14 e os 30 dizem-se crentes, mas apenas um terço participa nas práticas religiosas”. Curioso! Quase que podia jurar que era preciso um terço para cada um, mas pelos vistos têm que o partilhar...

Muito bom Sábado, senhoras e senhores que compõem o meu público extremamente diminuto! Como vos correu a última semana? Agora senti-me o Bruno Nogueira a cumprimentar as pessoas no podcast dele... Bom, que se lixe! Ontem estava a passear na Avenida e passou por mim um grupo de quatro mitras. Não vou mentir, senti-me ligeiramente intimidado por eles! Está bem que é gente que só consegue compreender palavras com até três sílabas e fazer contas pelos dedos, e que isso os devia tornar menos ameaçadores, mas ainda assim fiz duas pinguinhas! Uns minutos depois, passa um grupo de betos e, espanto dos espantos, senti-me igualmente intimidado! Isto pôs-me a reflectir, e eu acabei por ficar curioso para saber qual dos dois grupos tem maior potencial de me meter medinho.
Porque, por um lado, os mitras roubam carteiras, telemóveis e os corações das jovens raparigas ingénuas, que não conseguem perceber que os geeks totós que realmente se esforçam para as impressionar, agradar e ser gentis - até porque não têm muito mais do que se valer no campo da "pegação", como dizem os nossos irmãos Brasileiros, para além de algum conhecimento geral, cultura Pop e o parlapié que destes advém - são melhores que os filhos da mãe dos delinquentes que ouvem Funk Carioca aos altos berros nos transportes públicos e usam casacos do Chelsea! Está bem que eu estou bem resolvido neste campo. Acho até que não podia estar melhor (beijocas, Ema!). Mas eu tenho que falar e fazer justiça pelos meus irmãos de armas que estão nesta luta! Ainda há esperança, rapazes! Ainda há esperança!...
Mas, por outro lado, temos os betinhos, que usam pullover, camisinha e fios de missangas, tentam fazer-nos entrar na Juventude Partidária do CDS-PP (por falar nisso, ainda existe o CDS-PP?) e, pior que isto tudo... gulp... vão às Jornadas Mundiais da Juventude!...

Dito isto, eu não sei de qual dos grupos consigo ter mais medo. Ambos têm grande potencial para fazer chorar um homem adulto e bem resolvido, mas acabo por não saber exactamente quais os mais perversos. Analisando o perfil de um mitra, nós percebemos que se trata de alguém algo desregulado. Como eu descrevi (e muito bem, porque o Guilherme de Abril era um gajo inteligente!), de uma forma bastante sumária, em “Cacharolete de irritações acerca de música alta em público”, os mitras costumam andar “com as calças com uns fundilhos pelos tornozelos, umas camisolas desportivas muito largas, um cabelo com as laterais cortadas a pente 0 e a sobrancelha aparada, mesmo à gangster!”. Porque, de facto, isto é gente que é bem capaz de ir de propósito ao barbeiro para fazer um género de umas gravuras rupestres na cabeça, como os futebolistas, ou o que é! O que até nem deixa de fazer sentido, porque normalmente o cérebro que está dentro desta acaba por ser muito semelhante ao de um Homem-de-Neandertal... Continuando a dizer estas coisas, e da maneira como andam os ânimos exaltados, qualquer dia matam-me à esquina de uma rua!... Outra coisa que este tipo de espécime tem grande inclinação para fazer é, lá está, tentar meter medo. Por vezes, isso está associado aos pequenos delitos que comete, mas normalmente tem mais que ver com a aparência de drogado e a má-higiene dentária. Aliás, o crescimento do número de gunas no território nacional está a causar um grande impacte na Ordem dos Médicos Dentistas, que têm vindo a perder muitos dos seus fiéis client... utentes!

No entanto, se formos a analisar bem, os betinhos conseguem ser piores. Porque os betinhos tentam passar a imagem de pureza e bondade, mas são os mais intriguistas e traiçoeiros. É certo que os mitras são bem capazes de se meterem em confusões mais rápido e com maior facilidade que os betos, mas é só isso, mesmo: falam muito, arranjam muita porcaria, mas no final do dia somos todos amigos! Já os betos não. Os betos mordem pela calada. Os betos tentam destruir a vida e a reputação deste e daquele, mas pelas costas. Os betos vão à missa, mas são muito pouco Católicos nas suas acções. No fundo, o mitra é o carneiro na pele do lobo, e o betinho é o lobo na pele do carneiro. E eu gosto bem mais de carneiros do que de lobos. Então com batatinhas e arroz de forno, que pitéu!

E pronto, de uma forma geral, era isto que tinha para vos transmitir. Sejam felizes, comecem a andar mais com os mitras que com os betos e até para a semana!

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Guerrinha e Paz

Avatar do autor Guilherme dos Santos Gomes, 01.07.23

Fazer comida num forno de lenha nunca é boa ideia, que aquela porcaria começa a arder toda! O ideal é sempre um forno de tijolo...

Ora muito boa [inserir aqui parte do dia]! Como têm andado? Têm dormido bem? Assim espero! Talvez tenham notado a minha ausência, na semana passada, mas também se não notaram não sei o que estão aqui a fazer! Quer dizer, se uma pessoa não aparece e vocês nem dão conta, então é porque não me devem dar grande importância! A quem não deu por nada, e com todo o meu respeito, peço que saia. Obrigado! Agora que só cá está a gente que interessa, vamos ao tema desta semana. Ora, esta semana vou categorizar situações, designadamente duas. Quais situações, perguntais vós? Beijos e discussões. Eu sei que podem parecer assuntos muito diversos, mas a verdade é que, assim como o amor e o ódio, coexistem de mão dada. Terminada esta introdução, o melhor é começar a dissertar sobre aquilo que me propus a dissertar.

Quando falo de categorizar beijos, não me estou a referir a categorizar o acto de beijar em si, mas sim os beijos que se enviam virtualmente, em mensagens de texto. Sei que, possivelmente, estavam ansiosamente à espera que eu viesse para aqui distinguir o chamado “bate-chapa” do chamado “linguadão”, mas não. Desculpem-me desiludir-vos, mas o meu ponto de foco é outro. Isso pode ficar para outro dia. Bom, no que toca mandar “Beijos” em SMS, há várias escolas:

  • Primeiro, temos as pessoas que mandam apenas “Beijos”. Para mim, este é o tipo mais seco e impessoal de beijo virtual, porque não sendo, nem de perto nem de longe, tão mau como “Bjs”, ainda assim continua a ser muito médio-mau (o que, se de bifes de vitela estivéssemos a falar, seria o ideal, mas, no caso dos beijos, é só profundamente fraquinho);
  • Depois, há os apoiantes dos graus aumentativo e diminutivo, e ao passo que “Beijinhos” é mais fofinho e carinhoso, “Beijões” é mais agressivo, mas não deixa de ser amor. Só tenho é um conselho para os apoiantes dos “Beijinhos”, que é: nunca enviem “Beijinhos grandes”. Porquê? Porque um “beijinho” é um beijo pequenino, e ao associar-se a ele o adjectivo “grande”, ele passa a ser apenas um beijo normalíssimo, que, se estiveram atentos ao ponto anterior, é aquilo que não se quer! Portanto, muita cautela na hora de mandar os beijinhos;
  • Por fim, há o meu favorito, que considero ser o mais fofinho e carinhoso, que é o “Beijocas”. O “Beijocas” transporta com ele quantidades de amor que nenhum dos outros consegue e, para além de ser uma palavra com uma sonoridade bastante engraçada, dá a ideia de um sentimento acolhedor e caloroso. Aconselho-vos a começar a apostar mais nas “Beijocas”!

No entanto, se por um lado há amor, por outro há desentendimentos. E sim, é desta forma brusca que pretendo passar para a categorização de discussões. Peço desculpa se fui muito bruto na minha transição, mas vocês têm que estar preparados para tudo! Ora vamos lá a isto: na minha opinião, qualquer diálogo que envolva um confronto de ideias já pode ser considerado uma discussão. No entanto, nem todas as discussões são iguais! Para percebermos o calibre da discussão, o que devemos fazer é avaliar as suas dimensões, tendo em conta a força com que ambos os lados defendem a sua tese e o impacto dessa mesma discussão, primeiro a um nível mais individual e, de seguida, mais global. Por ordem decrescente, os tipos de discussão que eu consegui identificar foram os seguintes:

  • Grande discussão – Este é o tipo mais mortífero e violento de discussão. É aquele em que ambos os lados defendem afincadamente a sua posição, sem grandes hipóteses de a verem alterada, e costuma envolver assuntos delicados da sociedade, influenciando um grande número de pessoas. Em casos mais extremos, este tipo de discussão assume o nome de “Guerra”. Felizmente, estas são as menos comuns;
  • Discussão normal – Estas são, talvez, aquelas que se pensa surgirem com maior frequência. Habitualmente, destinam-se a resolver problemas do âmbito socioeconómico, sendo muito comuns nos meandros da política, mas também se verificam em outros campos. Nelas, os intervenientes não tendem a estar tão irritados como no caso anterior, mas ainda assim há espaço para longos debates acesos;
  • Discussãozinha – Talvez a segunda menos frequente, visto tratar-se de uma discussão não tão relevante para os participantes, pois aborda assuntos com alguma a pouca importância. Tende a ser muito confundida com uma normal conversa de café;
  • Mini-discussãozinha – Embora este seja o tipo de discussão mais pequeno, a verdade é que é aquele que levanta mais discórdia (ficando apenas atrás das “Grandes discussões”). No entanto, é considerada uma mini-discussãozinha pelo facto de os temas em causa serem, para todos os efeitos, completamente inúteis. Servem de exemplo as eternas questões do ananás na pizza, do leite-com-cereais quente ou frio e, como eu fiz questão de levantar aos 10 de Agosto do ano transato, do Cerelac com leite ou com água.

Por hoje creio ser tudo. Vão lá mandar beijocas e apostar mais nas discussõezinhas, que é para ver se o Mundo melhora! Até para a semana!

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