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A Psique de Guilherme

Dissertações acerca de temas vários levadas a cabo por um adolescente com, nota-se, demasiado tempo nas mãos e opiniões, e assim... A Blogosfera vive!

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O Ranking da Obra de José Pinhal!

Avatar do autor Guilherme dos Santos Gomes, 24.06.24

Bem-vindos de volta! Tudo bem convosco? Ainda bem! Achei que já seria uma boa hora para vir tirar o pó a este estaminé. Foi um bom meio ano de reflexão e dedicação a outras causas (designadamente, acabar o Secundário), mas chegou o momento de regressar. E faço-o de maneira especialíssima, com algo que não me é nada normal, um ranking, mas uma vez que sou bastante apreciador deste tipo de conteúdo, decidi também dar o meu contributo. O ranking que hoje trago é à volta da obra musical de José Pinhal. José Pinhal, acredito, é um nome que muito se tem ouvido, nos últimos tempos, mas se por algum motivo não estiverem a par de quem é esta figura, aconselho-vos a verem imediatamente o mini-documentário de 2020, realizado por Dinis Leal Machado, “A Vida Dura Muito Pouco”, que retrata a vida desde artista. Está disponível no YouTube e só tem 22 minutos, portanto vão lá vê-lo, e depois voltem aqui para embarcarem nesta jornada comigo. Acreditem que vai valer a pena!

Dito isto, vamos lá começar com o ranking. Decidi fazê-lo da forma tradicional, da pior para a melhor música, portanto, aqui vai disto: “O Ranking da Obra de José Pinhal”!

 

37) Apaixonado

Não fiquem tristes, até os maiores génios se enganam, por vezes! Mas aqui, José Pinhal, enganou-se imenso! A música é extremamente aborrecida e, para uma faixa com o nome “Apaixonado”, tanto ele quanto o coro cantam com pouquíssima paixão. O coro está descoordenadíssimo, o Zé Pinhal não tem noção absolutamente nenhuma de métrica (o que, caso tenha sido uma decisão artística, se revelou um autêntico desastre), e até o rapaz do reco-reco está noutro mundo, a fazer rec-rec a torto e a direito a meio de estrofes! Não sei bem o que é que aconteceu aqui, mas bonito não foi, de certeza!

 

36) Infância

Ainda era cedo para José Pinhal brilhar como brilharia um dia. Para single de estreia, não está nada mau. Com “Infância”, ele foi o vencedor do 1º Festival da Canção do Norte, mas coloquei-o aqui, em penúltimo lugar, porque o Zé Pinhal viria a fazer muito melhor (spoiler: fê-lo no lado B deste single!). É uma música inofensiva, bastante fofinha, que fala num antigo amor de Infância, num ritmo meio Disco Sound, meio Pop-Chula, se é que me faço entender. Os Beatles começaram melhor, mas isto também não é mau, pronto...

 

35) Tinhas Que Ser Tu

Sinceramente, esta é uma música que não me faz sentir absolutamente nada. É mais uma cena de ciúmes e de rancor do José Pinhal relactivamente a uma senhora que lhe fez mal e que lhe mentiu, e assim. Porque é que está tão cá no fundo? É pá, porque sim. Próximo!

 

34) Caminhemos

E como o caminho se faz caminhando, aqui temos a primeira entrada do “Volume 3” no nosso ranking. “Caminhemos” é mais um drama romântico, típico daquilo a que hoje se chama o “Hipster Pimba”. Uma relação quebrada pelo tempo, o desejo do reencontro e da reconciliação, e sintetizadores a bombar para criar ambiente: se isto não é o romantismo no seu melhor, então não sei o que é!

 

33) Avisa-me

Gostava que alguém me tivesse avisado para não ouvir esta música. No entanto, leva pontos pela utilização da palavra “equivocado”.

 

32) Coração De Ferro

José Pinhal diz que no coração de ferro da amada não encontra dor. Diz-se também que alguém que tem um coração de pedra é uma pessoa insensível, sem compaixão. Ora, o ponto de fusão do ferro é 1538ºC, ao passo que o de uma rocha como, por exemplo, o granito, ronda os 1250ºC. Isto significa que um coração de ferro seria ainda mais difícil de derreter do que um de pedra, sendo assim a pessoa portadora deste órgão metálico ainda mais insensível, o que deita por terra toda a letra desta canção. Se isto é um argumento lógico? Não, mas o ranking ainda é meu, portanto, eu é que mando!

 

31) Volveré

Se o José Pinhal tivesse tido um magazine cultural na RTP1 na década de 80, de certeza que ele se tinha chamado “Pinhal Canta Em Espanholês” – que, curiosamente, também é o nome da Biografia do Rei D. Dinis. Em 1984, quando o “Volume 1” foi lançado, era normalíssimo artistas portugueses gravarem músicas em Castelhano (basta ver o Tony Silva). José Pinhal também o tentou fazer, apenas no seu primeiro álbum... e ainda bem que ficou por aí. Porque o “Volveré” é uma música... que existe. Não é a pior coisa do Mundo! Não é nenhum “Apaixonado”! É só uma música que custa a ouvir: a pronúncia de José Pinhal, convenhamos, não é a melhor do Mundo; a sua interpretação, nesta faixa, também fica muito aquém daquilo que ele conseguia fazer; de uma forma geral, é uma música que cumpre o seu propósito de encher espaços livres na cassete. Sinceramente, a menos que esteja numa de ouvir José Pinhal forte e feio, esta no es una canción que volveré a escuchar.

 

30) Eu Sei Que Tu Vais Voltar

Quem não vai voltar a ouvir esta música sou eu!... espera aí, eu já tinha dito isto... É só mais uma canção romântica, de sofrimento por um amor que está longe, sem nada de muito interessante. Sigamos com a lista.

 

29) Viver A Vida

Ah, que esta já não é sobre sofrimento amoroso! Nesta, o sujeito poético diz que vai “ser muito feliz te amando”... não, espera, precipitei-me. Esqueçam, ele diz que está cansado de sofrer. É só mais uma para o saco! E, novamente, os sintetizadores. É mesmo o retrato de uma época!

 

28) Recomeçar

Não vou mentir, até gosto bastante da progressão melódica nesta canção. É bastante agradável e, sejamos honestos, fica no ouvido. Mas o facto de a letra falar, mais uma vez, de amores e desamores, ilusões e desilusões, torna-a redundante. É a terceira música consecutiva do “Volume 3” neste ranking, e a terceira vez que me estou a queixar disto. Começa-se a notar um certo padrão, não é?

 

27) Comigo Não Podes Viver

O primeiro erro desta canção está logo no título! Ele nunca diz “comigo não podes viver”, diz “comigo JÁ não podes viver”! Atenção! Depois, a motivação dele. No fundo, esta música consiste no senhor José Pinhal a chegar ao pé da mulher e a dizer “Bom, eu pus-te um valente par de cornos e, sinceramente, estou muito arrependido. Mas olha, se estiveres chateada, pronto, vai lá à tua vidinha, que eu vou à minha! Felicidades!”. Soa meio esquisito, não? Se calhar...

 

26) Coração Mágico

E assim acaba a duologia do “Coração” de José Pinhal, com uma música muito mais fofinha e menos problemática em termos científicos do que a sua antecessora. E, mais uma vez, o artista que sofre pelo amor que está longe. ‘Tadinho!

 

25) Gitano Soy

Não sei quem foi o gajo que disse ao José Pinhal que ele sabia cantar em espanhol, mas eu gostava de lhe dar uma palavrinha: não, sabe, não senhor! A melodia até é porreira, mas a interpretação... não! E como assim “De mi raíces nunca voy a olvidarme/Andalucía es como si fuera mi madre”? O José Pinhal é de Matosinhos! O mais próximo de Espanha que há em Matosinhos é o El Corte Inglés, pá!

 

24) Quem Não Me Quer

A interpretação de José Pinhal nesta música é fantástica! A maneira como ele trabalha as sílabas durante as estrofes, em contraste com o ritmo mais acelerado do refrão, faz desta uma das fortes candidatas à “Melhor Interpretação de José Pinhal”. O resto da música estraga um bocadinho. Há para ali uma instrumentalização muito esquisita, sons que, sinceramente, não faziam grande falta, e foi isso que contribui um bocado para que ela esteja tão cá para baixo. Mas volto a dizer: zero culpa ao Zé Pinhal, nesta!

 

23) Sofro Calado

Que mais hei-de dizer? Acho alguma graça a esta música, sim! E depois? Não posso, é? Arre!

 

22) Romance Lindo

A maneira como José Pinhal se dirige à sua amada, em “Romance Lindo”, passa a ideia de uma relação em que existe respeito entre os membros do casal. A utilização do “você”, como tanto se verifica, por exemplo, na obra de Marco Paulo, em êxitos do calibre de “Taras e Manias”, coloca-os numa posição em que tanto se nota um certo afastamento emocional, como uma forte tensão carnal... ou, se calhar, é só porque esta é uma música brasileira... às tantas é disso.

 

21) Não O Posso Negar

Começamos a entrar nas músicas de categoria B! Melodicamente, esta música é muito boa! Não é das melhores interpretações de José Pinhal, não, mas ainda dá para mostrar o seu domínio da língua portuguesa. Porque, porquê recorrer ao tão gasto termo “apaixonado”, quando se pode utilizar “enamorado”? Um aplauso, Sr. Pinhal!

 

20) Meu Coração Te Chama

Na música de abertura deste álbum, José Pinhal retira dos sintetizadores um tipo de melodia como só os monstros da música portuguesa, como José Cid, no seu álbum “Xi-Coração”, de 1986, conseguiriam retirar. Uma música extremamente poderosa e, sem qualquer dúvida, um 6 em 10!

 

19) Perdoa-me

Não tenho muito a dizer sobre esta música. O décimo nono lugar pareceu-me adequado para ela, e foi onde eu a pus! Assim, simples!

 

18) És Minha

Esta é uma das músicas em que o coro faz dos melhores trabalhos! Aquelas vozes celestiais a abrir, aquela doce melodia de cravo e a entrega de José Pinhal fazem desta uma música perfeita para, por exemplo, casamentos. Aliás, é esta a música que vai passar no meu casamento (quase que já imagino o “Não é nada!” que vou ouvir quando isto for publicado. Mas, até lá, sim, vai ser esta música...)!

 

17) Cheguei À Conclusão

Ninguém estava à espera que José Pinhal entrasse com tanta força naquele refrão, mas ele entra! É de “Ó diga” como estes que se fazem os sonhos! Nada nesta canção faz esperar um refrão daqueles, mas José Pinhal está sempre aqui para nos surpreender! E surpreende. De uma forma geral, é uma canção engraçada, gostei.

 

16) El Amor El Amor

Eis que as férias de José Pinhal em Badajoz acabaram, e com uma canção que não é assim tão má quanto isso! Com um ritmo meio “Diapasanesco”, – não pude deixar de imaginar o quão bem esta música ficaria na voz de Marante – José Pinhal canta-nos o amor! Nesta música da hora do Slow das danceterias, e que faria maravilhas pelos jovens oitentistas do interior do país, José Pinhal deixa-nos a todos apaixonados, até porque ninguém mais entende nada do que ele diz para além de “El amor, el amor”...

 

15) Segredos

Ai, a progressão melódica deste refrão! Ai, o contraste entre o refrão e as estrofes! Ai, o José Pinhal a desafinar no último “Segredos”!... nem tudo é bom, pronto. Mas a música é muito gira, e isso é que interessa!

 

14) Porém Não Posso

Eu entendo, juro que entendo toda a euforia que se gera à volta desta música, só que não acho que seja uma música de Top 10! O senhor das castanholas esforça-se, o José Pinhal esforça-se, o coro também, mas, melodicamente, há músicas bastante mais aprazíveis. E sim, também percebo o porquê desta música gerar no público dos José Pinhal Post Mortem Experience o mesmo entusiasmo que o Batatinha gera no público dos Revenge Of The 90s! Eu faria o mesmo!

 

13) Tenho Alguém

Eu avisei que o José Pinhal tinha feito algo de espectacular no lado B daquele single! Podem estranhar o facto de eu ter colocado esta canção tão para cima neste ranking, e eu admito que é pouco ortodoxo, mas a verdade é que esta música tem real qualidade! Haverá muita gente que ouve José Pinhal no gozo, mas até esses não poderão negar a qualidade da instrumentalização e da própria interpretação nesta que é apenas a sua segunda faixa. Acreditem, se acharam esta minha classificação estranha, é porque nunca ouviram o “Tenho Alguém”!

 

12) Ciganos

Aqui temos a homenagem de José Pinhal ao sofredor povo Cigano. Uma letra quase interventiva, uma melodia de altíssima qualidade... mas o pensamento que me fica é o seguinte: o que é que vem a ser esta abertura? Que coro maravilhoso! Eles não precisavam de ter ido tão longe com aquilo, mas ainda bem que o fizeram! Que coisa linda, senhores!

 

11) Aonde Vais Amor

Talvez a mais experimental canção de toda a obra de José Pinhal, uma investida no Pop mais poderoso que Matosinhos já viu! A música fica logo apresentada naquela sequência inicial, que nos deixa imediatamente a saber ao que vamos, e é uma das maiores – se não a maior - viagens musicais que José Pinhal nos apresentou, de todas as suas músicas! E o refrão, ai o refrão! Se eu achava que esta música não podia ficar mais potente, aquele refrão entrou com tudo para me provar o contrário. Posso afirmar, sem qualquer sombra de dúvida, que esta é uma música absolutamente arrebatadora!

 

10) Baby Meu Amorzinho

Entramos no Top 10 deste ranking com uma das músicas de José Pinhal que eu mais ouço. É uma canção fofinha e inocente, não muito elaborada, com uma melodiazinha cativante, uma letra engraçada... e não será disso que precisamos, às vezes? Uma música descontraída, para ouvir de forma despreocupada e trautear nos momentos de relaxamento! Em apenas 2 minuto e meio, José Pinhal oferece-nos o comprimido da boa disposição, e eu estou-lhe muito grato por isso!

 

9) Covarde

Quando eu comecei a arquitectar este ranking pela primeira vez, não dava grande valor a esta música, mas ao ouvi-la novamente com atenção, apercebi-me da sua real qualidade. Adoro toda a envolvência da música, todo o jogo de metais, e adoro, particularmente, o tom quase que de marialva com que José Pinhal se apresenta nesta, a apontar o dedo e com risinhos presunçosos entredentes. E apercebi-me do quão libertador é gritar “Covarde, tu és covarde” às pessoas! Quando tiverem oportunidade, aconselho-vos a experimentar. Agradeçam-me depois!

 

8) Um Estranho Na Multidão

Esta é outra selecção pouco ortodoxa da minha parte, mas tenham calma que já vão perceber porquê. Primeiro, vocês já prestaram atenção à maravilha que é aquela introdução com o riff de viola? Cria em nós logo um impacto imediato. Depois, toda a instrumentalização, em particular a expressão que é dada ao baixo e o solo de órgão, o que confere a esta música todo um outro tom especialíssimo! Para além disso, também acho que temos que atentar ao lirismo dos versos deste poema. A percepção de que o tal “estranho na multidão” somos, na realidade, todos nós, e que aquilo que nos une é o objectivo comum de alcançar o amor, faz desta uma das músicas com maior profundidade e interesse poético que já figuraram na obra de José Pinhal.

 

7) Rancho Fundo

O “Rancho Fundo” não engana ninguém! É uma super balada do Chitãozinho e Xororó, uma das mais belas canções brasileiras de todos os tempos e, arrisco mesmo dizê-lo, de toda a Língua Portuguesa! A versão de José Pinhal não fica nada atrás da original, tendo apenas sido suplantada pela do António Zambujo e do Miguel Araújo... Mas também eles são dois, e o José Pinhal é só um! É uma batalha desigual!

 

6) Tua Mulher

Esta música tem tudo aquilo que poderíamos esperar de José Pinhal: uma abertura que, como já é apanágio da obra deste artista, estabelece logo o tom daquilo que vamos ouvir; um “tu-ru-ru-ru, tu-ru-ru-ru” extremamente psicadélico ao longo de praticamente toda a extensão da canção; um refrão poderosíssimo; o José Pinhal a dizer “maix’exitante”; e, é óbvio, o claro problema ético na letra. Porque, para todos os efeitos, isto consiste numa confissão que José Pinhal faz a um amigo, a dizer que acha a mulher dele bem boa, e que, apesar de ela o tentar seduzir, ele ainda só não lhe ferrou um dentinho porque lhe tem respeito! Com amigos destes, quem é que precisa de melhores amigos, não é?

 

5) Tu És A Que Eu Quero

Não quero gerar polémica com isto, mas sim, a música dos cabelos só merece estar em quinto lugar! Esta, que é a mais emblemática canção de José Pinhal, e que gerou esta recente febre à volta deste artista, é uma excelente música, mas não é a melhor. Tem tudo, desde uma genial introdução com um som electrónico, que está ali no meio termo entre o futurista e o extremamente obsoleto, até José Pinhal a cantar no limiar da voz, e isso é tudo extremamente bom... só não é a melhor! Esta também é a primeira música que me vem à cabeça de todas as vezes que penso no José Pinhal, como acredito acontecer convosco, e não deixa de ser uma canção incrível, mas acho que está melhor a cumprir o seu propósito de ser o cartão de visita para novos ouvintes de José Pinhal do que a ser a sua obra magna. Mas eu amo-a assim como ela é!

 

4) Ella

Lembram-se de tudo aquilo que eu disse sobre o facto de o José Pinhal não saber cantar em Espanhol e o melhor que ele tinha a fazer era mesmo deixar essa língua quietinha e focar-se na dele? Pois esqueçam, porque o “Ella” é uma das melhores coisas que foi trazida ao Mundo sob o selo de garantia de José Pinhal! Esta música é absolutamente fantástica! Tem um solo de guitarra eléctrica logo no início, que eu pensei que só artistas do calibre de um George Harrison ou um Jimi Hendrix conseguiriam tocar; tem a interpretação mais apaixonada que José Pinhal alguma vez nos deu (como ele alcança aquelas notas mais altas, senhores!)... Sinceramente, se não fosse o problema de expressão do Zé Pinhal nesta língua e o facto de as canções que se seguem serem geniais, “Ella” seria facilmente um primeiro lugar!

 

3) Magia

Chegamos ao pódio, e logo com um cover do meu artista musical favorito de todos os tempos: o grande, o único, o sensacional José Cid! A melodia desta canção é tipicamente José-Cidiana, a letra também, mas o que mais salta à vista (ou melhor, ao ouvido) é a maneira como Pinhal a canta! Porque cantar José Cid não é nada fácil – eu que o diga – mas José Pinhal entrega, logo no seu primeiro álbum, uma interpretação absolutamente arrebatadora desta música. Aquela coda, senhores, aquela coda! Mas o que é aquilo? Como é que ele me faz aquele falsete no “Magia que me leva”? “Magia”: uma das grandes de José Pinhal!

 

2) Não É Possível

Esta música só foi lançada em 2021, a propósito da estreia do documentário sobre a vida de José Pinhal. Seria, aparentemente, uma primeira maquete para o seu futuro álbum, o “Volume 4” e, devo dizer, ainda bem que viu a luz do dia, porque é uma música absolutamente extraordinária! Talvez por causa de uma certa semelhança melódica em certas passagens, eu gosto de chamar a esta o “My Way” de José Pinhal, mas a verdade é que esse rótulo não é em nada desadequado! O que temos em mãos é uma música forte, impactante, com uma melodia e interpretação poderosas, e uma mensagem também ela absolutamente sublime: é o “My Way”! E, digo-o de coração, que se era por aqui que José Pinhal ia enveredar no “Volume 4”, isso só me deixa com mais pena que nunca tenhamos tido a sorte de o escutar, até porque o “Não É Possível” é a minha canção favorita do senhor Zé!

 

1) A Vida Dura Muito Pouco

Só podia ser esta, não é? A Magnum Opus de José Pinhal! Sinceramente, acho que é uma música que nem precisa de apresentações. Tem uma mensagem clara, uma parte instrumental riquíssima, uma entrega sensacional por parte de José Pinhal... Esta música é um must! Não é por acaso que dá o nome à sua biografia! E, lá está, apesar de eu gostar mais do “Não É Possível”, considero esta canção superior! Porque esta é a essência deste artista. E assim se encerra este ranking com uma música que funciona também como uma estranha e inquietante premonição para José Pinhal: a vida dura muito pouco! E, como tal, o melhor mesmo é cantar, dançar e ser feliz...

 

Está feito! 37 músicas, muitas horas de pesquisa e de trabalho à volta da obra de José Pinhal, e finalmente está concluído! Gostaria só, antes de terminar, de deixar o meu cumprimento à Lusofonia Record Club e à banda de tributo “José Pinhal Post Mortem Experience” pelo seu papel na preservação, divulgação e, para todos os efeitos, imortalização do José Pinhal. Vocês são os maiores! Quanto aos restantes, um beijinho ou um abraço (dependendo da vossa orientação sexual e da vossa fragilidade em termos de masculinidade, que eu não discrimino) e até para a semana!

P.S.: Se têm curiosidade em saber qual é o meu ranking dos álbuns do José Pinhal, do melhor para o pior, “Volume 2”, “Volume 1” e “Volume 3”.

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