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A Psique de Guilherme

Dissertações acerca de temas vários levadas a cabo por um adolescente com, nota-se, demasiado tempo nas mãos e opiniões, e assim... A Blogosfera vive!

A Psique de Guilherme

Dissertações acerca de temas vários levadas a cabo por um adolescente com, nota-se, demasiado tempo nas mãos e opiniões, e assim... A Blogosfera vive!

Cumprimentos e Medidas

Avatar do autor Guilherme dos Santos Gomes, 14.01.23

Já acabou o período legal em que se pode desejar “Bom Ano!” às pessoas. Porque, a dada altura, deixa de fazer sentido. Nós podemos muito bem não ver uma pessoa desde o ano anterior, mas desejar-lhe um bom ano no Carnaval fica um bocado esquisito. Por essa lógica, se eu não vir alguém desde 2019, tenho que lhe desejar quatro bons anos? Não façam isso, deixem-se de coisas!

Hoje, o meu objectivo era dar a minha aprovação à chuva e barafustar amargamente contra o vento, mas as condições climatéricas não mo permitiram. Estamos em Janeiro e está Sol! Por isso, vou esperar para ver se na próxima semana há algum tufão, ou assim, e falar disto com algum contexto. Feita esta adenda, esta semana irei analisar as interacções sociais momentâneas que ocorrem na rua.

Porquê é que me surgiu este tema? Por uma razão muito simples. Ontem, eu vinha a descer a rua do meu prédio e, em sentido contrário, ia uma senhora velhinha. Eu tenho por hábito cumprimentar os cidadãos de 3ª Idade na rua, não sei bem porquê. - Creio que deverá ser por uma mescla de três razões: porque quero que os velhinhos sintam que são valorizados e que não são inúteis, algo que, infelizmente, eles podem vir a pensar; para que eles fiquem com a ideia de que a minha geração consegue ter salvação, e que ainda há pessoas educadas (porque eu sou um gentleman, porra!); e por causa da minha insaciável vontade de ser aceite, que me faz querer que até pessoas que eu não conheço fiquem com uma boa impressão minha. E não, não sou nenhum maníaco, OK? - Portanto, vinha a senhora. E eu, como é meu costume, lá está, cumprimentei-a, mas fiquei com a impressão de que talvez a tivesse saudado já muito perto dela. Ou seja, talvez a distância entre nós os dois já não fosse longa o suficiente para dar à senhora tempo de receber o “Boa tarde!”, olhar para o locutor desse “Boa tarde!” e reagir, também, com um “Boa tarde!”. Esta minha teoria veio a ser comprovada, porque a senhora só me respondeu já nós tínhamos passado um pelo outro, o que a obrigou a olhar para trás, algo que até pode ser prejudicial para ela, porque movimentos repentinos naquelas idades não são bons para as articulações, e eu preocupo-me com a saúde das pessoas.

O que é que eu quero dizer com isto tudo? Numa primeira análise, não quero dizer nada, mas se formos a ver bem, eu queria saber era qual é a distância certa para cumprimentar uma pessoa na rua. Porque já percebemos que há distâncias que não são, decerto, as correctas, agora é preciso saber qual a melhor. Voltando um pouco atrás, temos que muito em cima da pessoa que pretendemos “boa-tardar” (este termo não existe, mas estava cansado de repetir as palavras “cumprimentar” e “saudar”), não é uma boa política, porque leva a esforços desnecessários por parte do receptor. Demasiado longe, também pode ser esquisito, e já me aconteceu mais do que uma vez. Cumprimentar alguém de um local muito isolado relativamente a essa pessoa faz a interacção sair algo fracassada, porque o longo intervalo entre os dois intervenientes na acção pode levar a que o lado de lá demore tempo demais a entender que nós estamos a falar com ele. Isto gera situações desconfortáveis para ambas as facções.

É tudo isto que me leva a crer que devia ser estipulada uma distância padrão aceitável para nos dirigirmos às pessoas na rua. E podia seguir um bocado a lógica dos videojogos, em que, para interagirmos com os NPCs (que é o termo para “personagem não-jogável”, que surge dotada de uma inteligência artificial personalizada), precisamos de estar a uma determinada distância destes, altura em surge no ecrã a indicação de que já podemos carregar num botãozinho do comando. Ninguém me tira da cabeça que, com estes pequenos pormenores regulamentados, a vida (e o mundo em geral) funcionariam infinitamente melhor.

É tudo por hoje. Eu sei que agora vocês devem estar a dizer “As coisas em que este gajo perde tempo a pensar.”, mas também, se não fosse eu a meter o dedo nestas feridas, quem o faria? Muito em princípio, ninguém, porque isto também não é nada de relevante. Até para a semana (aqui é facílimo saudar pessoas, porque eu estou a falar sozinho)!

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