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A Psique de Guilherme

Dissertações acerca de temas vários levadas a cabo por um adolescente com, nota-se, demasiado tempo nas mãos e opiniões, e assim... A Blogosfera vive!

A Psique de Guilherme

Dissertações acerca de temas vários levadas a cabo por um adolescente com, nota-se, demasiado tempo nas mãos e opiniões, e assim... A Blogosfera vive!

Eurocólica

Avatar do autor Guilherme dos Santos Gomes, 15.07.24

A de hoje é para aborrecer os mais pequenitos e fazer os mais velhinhos pensar: Sabem que nome se dá a um pansexual com disfunção eréctil? Peter Pan.

Olá, seres que habitam este planeta (e sim, lémures-de-cauda-anelada, também estou a falar para vocês)! Com que então, já acabou o Euro, não é? Ganhou a Espanha, não foi? Pois foi (eu estou a escrever esta crónica antes da final do Euro, portanto ainda não tenho a certeza se foi a Espanha a ganhar. Neste momento, tudo aponta para isso, mas se tiver sido a Inglaterra, as minhas desculpas!)... E este campeonato fez-me prestar atenção e reflectir acerca de algumas particularidadezinhas do futebol, que eu, por ser algo leigo nesta matéria, acabo por não conseguir compreender. De maneiras que é isso que vou aqui fazer hoje: um repositório de algumas das situações que eu não entendo no desporto-rei!

A primeira delas prende-se, obviamente, com a questão que mais dúvidas gera entre os não-apreciadores e os não-conhecedores da bola, que é o fora de jogo. Já muita gente me explicou, por variadíssimas vezes, em que consiste esta... coisa... mas eu, por mais já saiba mais ou menos o que é, ainda não consigo perceber qual a sua importância e/ou necessidade. Segundo o que eu sei, um fora de jogo é marcado quando um jogador de uma equipa recebe a bola, estando posicionado para além da linha defensiva da equipa contrária, ou seja, o jogo tem que ocorrer entre as linhas defensivas das duas equipas. Ora, até aqui tudo bem, que, segundo me constou – e agora vou utilizar linguagem corrente – isto serve para evitar que os avançados estejam “à mama”, em frente da baliza contrária. Só que o que é acontece? Acontece que isto deita por terra e torna mais difícil, primeiro, o conflito dentro de campo, e depois, a colocação em prática da minha ideia para a configuração do plantel. Eu passo a explicar: existem várias maneiras (ou melhor, várias tácticas) de dispor os jogadores da equipa. 4-4-2, 4-3-3, entre outras. Ora, a minha ideia era colocar ambas as equipas a jogar na táctica 1-1-1-1-1-1-1-1-1-1, o que iria tornar o jogo muito mais interessante e competitivo! Logo à partida, iria ser muito mais fácil fazer uma marcação homem-a-homem, porque os jogadores iam estar uns ao pé dos outros. Depois, só ia contribuir para um melhor desportivismo! Os jogadores iam ter oportunidade de se conhecer melhor... pronto, e agora não me ocorre mais nada, mas acho que dá para entender a ideia, não? Sinceramente, acho que ia ser uma evolução extremamente positiva naquilo que é toda a dinâmica do futebol.

Em segundo lugar, tenho algumas considerações sobre a postura dos jogadores em campo. Não sei se já repararam, mas quando eles estão a correr, ao invés de irem com os braços a acompanhar o movimento das pernas, para a frente e para trás, eles levam-nos encostados ao corpo, fletidos e com as mãos moles ao nível do peito, como se fossem pequenos T-Rex de calções. Quer dizer, para senhores bastante respeitados no mundo do desporto, e que ainda por cima passam em horário nobre na televisão, isto é uma maneira extremamente efeminada de correr. E eu não estou a dizer que correr de forma efeminada é mau! Acho apenas estranho que estes magos da testosterona, que tanto tentam passar a ideia de que são fortes e másculos, e mais não sei o quê, se ponham depois a correr desta forma... Mas isto sou eu a fazer suposições! Não quero estar a insinuar nada! #FPFYMCA...

Outra questão que ainda se prende com a postura dos jogadores é a javardice que vai naquele campo! Cair e rebolar num relvado daqueles não deve ser nada agradável por duas razões: porque, normalmente, os calções deles são branquinhos e ficam cheios de verdete, e eu bem sei o que custa tirar verdete da roupa; e por causa da quantidade de cuspo e ranho que aquele campo verdejante possui. Eu sei que a actividade física, ainda mais sendo desporto de alta competição, faz com que os pulmões “abram” e expulsem mais expectoração que o normal, e que disparar ranho àquela velocidade, em estilo projéctil, é uma arte, mas é pá, não era preciso tanto! E é que depois, os cameramen tendem a gravar precisamente os jogadores que estão a ser imundos nos momentos em que eles estão a ser imundos, o que torna a experiência de os ver a ir de ventas ao relvado ainda mais dolorosa! Assim como há um rapaz com a função de apanhar as bolas que vão para fora do campo, eu acho que deviam arranjar um para fornecer lenços aos jogadores. Iria ser uma óptima manobra de marketing, por exemplo, para a Renova! Já estou a imaginar os reclames: “Limpamos a expectoração ao Chico Conceição!”... Ou melhor, “Foi a Renova que assoou o nariz do Diogo Dalot!”... Genial!

Depois de ter estado tanto tempo a pensar em coisas completamente ridículas, acabei por reflectir (e desta vez, de forma séria) naquilo que é o lado mais negro e complicado do mundo do futebol, e fiz uma pequena canção que vos passo a apresentar agora:

Esta é uma canção
Que eu compus para vós
Embora não saiba tocar

Eu escrevi mesmo a letra
Embora esteja uma treta
Acreditem, não estou a improvisar

É serviço informativo
Sobre o negócio lucrativo
Do campeonato que acabou de acabar

E apesar de tudo, eu sei
Que isto não é contra a lei
E nem sequer conta como extorsão

Só que isto do futebolismo
É uma invenção do capitalismo
Para nos capitalizar a atenção

Pôr toda a gente em todo o Mundo
Do mais rico ao vagabundo
A colar os olhos à televisão

E é com foras-de-jogo
Que se oculta o fogo
Com que se vai queimando a Amazónia

E mais um golo ou expulsão
Encobrem a destruição
Que aos grandes líderes não causa insónia

A guerra, a fome e a doença
Têm que pedir licença
Para ver chegam aos noticiários

Porque a nossa prioridade
Não é nenhuma calamidade
Mas a seleção e os seus adversários

Bamos lá, cambada!

Até para a semana!

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Beberrão Umbilical

Avatar do autor Guilherme dos Santos Gomes, 23.09.23

Esta crónica é dedicada ao Avô Quinel.

 

Uma pessoa de esquerda que trabalhe numa fábrica de enlatados é, ainda assim, uma conservadora...

Estou de volta! Depois de um longo período de descanso, introspecção e dedicação à família, eis-me aqui, de volta à escrita das habituais (e tão queridas) crónicas de Sábado. Não vos vou mentir, estava até com algumas saudades! A escrever este texto, ia soltando uma lagrimita ou outra. Mas isto passa! É pá, já não fazia isto há mesmo muito tempo, hein? Estou a precisar de desenferrujar as juntas cerebrais da parvoíce. E qual seria a melhor forma de realizar esse feito, se não discutindo assuntos extremamente irrelevantes, sempre com a grande dose de mesquinhice que já me é característica? Eu digo-vos: WD-40, que resolve todo o tipo de problemas relacionados com a lubrificação de situações. Chega a ser milagroso! Mas hoje, vou optar pela primeira opção. Não é tão eficaz, mas desenrasca. Dito isto, que assunto extremamente liliputiano é que trago hoje à discussão? Boa questão! É a produção de bolhinhas de cuspo por parte dos bebés. Acreditem em mim, tem mais que se lhe diga do que aquilo que aparenta!

Este fenómeno, que eu pude contemplar por diversas vezes durante as férias que tirei (tanto que cheguei a ser presente a julgamento, depois da queixa de uma mãe porque, supostamente “não se pode fotografar bebés de outras pessoas com câmara de longo alcance”), tende a passar um pouco despercebido à maior parte das pessoas. Mas eu, por ser extremamente observador das pequenas particularidades da vida e do Mundo que me rodeia (sou como que um Cesário Verde da contemporaneidade), consegui recolher dados preciosos para esta pesquisa. No fundo, isto consiste, como o próprio nome indica, na produção de bolhinhas de saliva na boquinha semicerrada das crias de ser-humano. Até aqui, tudo muito bem! No entanto, as coisas que mais me fascinam nesta sua actividade são a concentração e o empenho que os bebés colocam nela, e a qualidade e quantidade de bolhinhas que eles produzem! Porque eu, por exemplo, consigo produzir uma, duas bolhinhas, máximo três. Agora, os bebés têm capacidade de as produzir às dezenas de uma só vezada! Eu cheguei a ver bebés (e isto contei eu!) com 16 bolhinhas entre os lábios! Isto não é para meninos... aliás, isto É para meninos, que é diferente! Para mim, o “Bolhinhismo Profissional” deveria ser oficializado como uma modalidade olímpica e figurar nos próximos “Jogos Olímpicos da Juventude”, que se vão realizar, no próximo ano, na belíssima província de Gangwon, na Coreia do Sul!

Pelo meio destas minhas observações de menores de idade, acabei por dar de caras com um senhor que estava alcoolizado. Houve logo um pormenor muito interessante que me saltou à vista: o senhor estava a produzir, numa das suas narinas, aquilo que eu descreveria como uma imponente bolhinha de secreção mucosa, no que eu pensei “Ora, se os bebés produzem bolhinhas e os bêbados também, então bebés e bêbados são uma e a mesma coisa”. Neste momento, acredito que estarão a pensar: “Ah, e tal, estás aí a cometer uma gravíssima ‘Falácia da Falsa Analogia’, pá!”. Ao que eu respondo: “Parabéns pelo aprofundado conhecimento acerca do programa de Filosofia do 10.º Ano, mas vocês ainda não ouviram o que eu tenho para dizer, portanto estejam caladinhos!”. E porque é que eu responderia isto? Primeiro, porque vos valorizo a vocês e às vossas conquistas. Segundo, porque tenho provas que me permitem argumentar a favor da minha tese!

Se pensarmos bem, os bebés e os alcoólatras têm imensas coisas em comum. Por exemplo, uma das coisas que os bebés fazem bastante (e que, por sinal, eu não compreendo) é chorar por tudo e por nada. Os bêbados, por causa da influência que o álcool exerce na nossa actividade cerebral, muitas vezes, também o fazem, ou porque se lembram de mágoas antigas, ou porque ficam extremamente emocionais, entre outras razões. Querem mais provas? Os bebés, por exemplo, urinam-se muito pelas pernas abaixo. Os bêbados... também! Mais provas ainda? Pensem comigo: a generalidade dos bebés é, para todos os efeitos, desdentada. Certos bêbados, os mais profissionais, também o são, porque a acidez do álcool corrói aquilo que é o esmalte protector da cremalheira! Portanto, creio que provei o meu ponto. Com todo o respeito, embrulhem, que é take-away! Só há uma situação que me irrita de forma visceral, que é o facto de os bebés, quando crescem, negarem taxativamente o facto de terem sido alcoólicos. São negacionistas da sua própria existência!

No entanto, a propósito disto, surgiu um novo problema. Como eu já havia postulado aos 24 de Setembro do ano transacto, em “Canis Sapiens Sapiens”, cães e bebés é que eram uma e a mesma coisa. Isto gera um problema, porque, desta forma, os bebés passariam a ser, ao mesmo tempo, a mesma coisa que os cães e que os bêbados. Portanto, anuncio aqui publicamente a revisão da minha primeira teoria, e alteração dos seus termos para “Bebés são precisamente a mesma coisa que os ébrios canídeos”. Até para a semana!

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