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A Psique de Guilherme

Dissertações acerca de temas vários levadas a cabo por um adolescente com, nota-se, demasiado tempo nas mãos e opiniões, e assim... A Blogosfera vive!

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Trabalhos de Casa #8: "Como foram as minhas férias"

Avatar do autor Guilherme dos Santos Gomes, 07.01.23

Quis o destino que a primeira crónica do ano fosse um episódio dos “Trabalhos de Casa”, e por mim tudo bem, embora eu preferisse falar sobre o vazio que nos é provocado pelo fim das festividades do Natal e da Passagem de Ano. Isto porque Janeiro é deprimente. É um mês que parece fazer morrer algo dentro de nós, perder aquela inocência que o Natal lá nos vai trazendo uma vez por ano. Não é, portanto, de admirar, que este mês tenha sido nomeado segundo o deus romano Jano, deus dos inícios e das mudanças, cuja figura surge várias vezes associada a portas. Deuses há que têm a eles associadas figuras do calibre de terras, mares, planetas! Jano tem as portas... Já não é mau! Por isso, hoje também trago um texto que é deprimente. Um texto escrito em 5 de Janeiro de 2015, com o sugestivo nome “Como foram as minhas férias”, em que eu conto, lá está, como foram as minhas férias. E surpreendam-se com a espectacularidade das interrupções lectivas deste que vos fala!

As minhas férias começaram no dia 13 de dezembro de 2014 e acabaram no dia 5 de janeiro de 2015.

Nos primeiros dias brinquei e fiz os trabalhos das férias.

Na véspera de Natal acordei às 10 horas e tomei o pequeno-almoço. À noite fui cear a Sande, a casa dos meus avós paternos. Depois do jantar ouvimos um barulho, um estrondo no teto, de certeza que era o Pai Natal. Segui para Avões na altura de abrir os presentes do Pai Natal, sentei-me ao pé da lareira para ver se encontrava alguma pista, um bocado depois ouvi uma coisa a escorrer no telhado. Fui ver debaixo da árvore e estava cheio de presentes. Eu recebi o Sem Palavras, o Hedbanz, a estufa ecológica, uma caixa de animais, o Monopoly, uma mesa de snoker, um livro e boxers dos minions.

No dia 25 de dezembro fui almoçar a Avões a casa dos meus avós maternos.

Na véspera de Ano Novo acordei às 12 horas e fui cear à casa dos meus avós maternos, e passei aqueles 12 segundos em cima de um banco.

A 1 de janeiro fui almoçar à casa dos meus avós paternos.

Gostei muito das minhas férias.

Eu avisei que isto ia ser assim. Profundamente desinteressante. Não entendo o porquê dos pormenores tão técnicos, da especificidade de na Véspera de Natal ter acordado às 10 da manhã, ter tomado o pequeno-almoço, na Passagem de Ano ao meio-dia. Para quê tanto detalhe? Só faltou dizer que “ao almoço do dia 29 de Dezembro comi um arroz, que por acaso estava muito bom, com um bife com ovo a cavalo, ovo que era biológico, tamanho M, frito a 178,5ºC, em óleo, como, de resto, eu gosto mais”. Porra!

Outra coisa a que eu faço uma referência, ainda que breve, é a essa invenção do Demo que são os “trabalhos das férias”. - Eu sei que esta rubrica se chama “Trabalhos de Casa”, mas não quer isso dizer que eu goste de trabalhos de casa! Por essa lógica, o Markl também gostava de morder cães e de meter, vamos lá ver, nêsperas no, digamos, cu! – A definição de férias é mesmo “interrupção relactivamente longa de trabalho, destinada ao descanso dos trabalhadores”. Obrigar os alunos a trabalhar nas férias é uma contradição a ambas as partes do conceito destas: nem se está a interromper o trabalho, nem a permitir que os trabalhadores descansem! Por isso, senhores professores do nosso Portugal, faço o meu apelo para que não mais os alunos sejam forçados a trabalhar naquele que é, por direito, o seu momento de descanso. Já que estou numa de pedir coisas aos professores, eu não gosto muito de fazer testes. É uma coisa que me chateia, pronto! Se desse para, vamos lá ver, não fazer testes, para mim era espectacular! É porque ir às aulas tem a sua graça, ninguém diz o contrário. Agora, fazer testes parece que me deixa nervoso, ou o que é. E o problema, para além disto, é que a minha ansiedade se expressa de uma forma muito particular. Qual? Através do meu cólon. O meu cólon, quando se vê numa situação particularmente chata, e ainda antes do meu cérebro se aperceber, começa a emitir umas mensagens que chegam a ser aflitivas, de tão sonoras que são. Não raras vezes me apercebo de que devia ficar stressado por causa do meu intestino! Por isso, se um dia escutarem um roncar oriundo das minhas profundezas, o meu perdão, mas a culpa não é minha. Até para a semana!

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