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A Psique de Guilherme

Dissertações acerca de temas vários levadas a cabo por um adolescente com, nota-se, demasiado tempo nas mãos e opiniões, e assim... A Blogosfera vive!

A Psique de Guilherme

Dissertações acerca de temas vários levadas a cabo por um adolescente com, nota-se, demasiado tempo nas mãos e opiniões, e assim... A Blogosfera vive!

Tudo Aquilo De Que Você Necessita, Assim De Uma Forma Geral, É De Amor

Avatar do autor Guilherme dos Santos Gomes, 11.02.23

Porque é que será que 1 quilómetro soa a mais que 1000 metros? Porque, se pensarmos, as palavras 1 e 1000 têm pesos drasticamente diferentes, mas a palavra "quilómetro" consegue ter poder suficiente para suplantar esta relação!...

Aqui estamos nós, de novo, reunidos neste evento semanal que é a crónica da Psique. Desta vez, e por estarmos tão próximos do Dia de S. Valentim, vulgo “Dia dos Namorados”, venho falar de amor. O amor é uma coisa bonita. O amor é o que ainda vai trazendo alguma humanidade à humanidade. O amor... o amor é como se fosse um fogo que arde sem se ver, um ferida que dói e não se sente, um contentamento descontente, uma dor que desatina sem doer. Arrisco até dizê-lo assim. Mas, mais do que tudo, o amor é um fenómeno neurobiológico que nos faz sentir coisas cá dentro, ou o que é. Agora, o que é que um solitário rapaz de 16 anos pode dizer acerca deste tão complexo estado de espírito? Em princípio, nada. No entanto, como ninguém manda em mim, vou passar a apresentar o meu workshop intensivo que vos vai ajudar a não passar o próximo dia 14 sozinhos (workshop esse que, comigo, não funciona. Mas pronto, isto é quase como aquelas pessoas que dão cursos acerca de como enriquecer e não enriquecem... A lógica é mais ou menos a mesma):

O primeiro passo, que é talvez o mais importante, é dar-se a conhecer e conhecer a pessoa com quem pretendem ficar. Eu sei que pode ser um processo algo moroso e que, daqui até terça-feira, não vai ser muito fácil de levar a cabo, mas não caiam no erro de se tentar envolver com alguém com quem não têm uma relação algo consolidada, porque à partida não acabará muito bem. Um engate de ocasião pode parecer muito giro, na altura, mas acabará, eventualmente, por deixar um certo vazio dentro de vós, caros discípulos. O amor é uma coisa demasiado pura para ser assim desperdiçada (nota-se muito que ando a consumir literatura da era romancista?).

O segundo passo, caso o primeiro tenha já sido findado, é a proposta. Aqui, eu sugiro o tradicional método da “carta de amor”. Eu sei que pode parecer um procedimento algo primitivo e que, com os CTT, nem em Março a carta chegou ao destinatário (uh, que ele agora faz crítica social!), mas creio ser dos mais amorosos e infalíveis. Isto se não forem muito chatos. Porque se forem muito pica-miolos, não vale a pena. Vejam, por exemplo, o caso do cantor romântico Tony de Matos, que nos diz, na sua canção “Cartas de Amor”, o seguinte:

Porém de ti

Nem sequer uma carta de amor

Uma carta vulgar recebi

Para acalmar minha dor

Mas mesmo assim

Eu para ti não deixei de escrever

Chato do caraças, pá! Já percebeste que ela não te passa cartão, está quieto!

A carta deve seguir um modelo-tipo. É importante começar sempre por deixar claro ao que se vem. A justificação do porquê de essa pessoa dever ficar convosco virá depois. Porque sim, no fundo uma carta de amor (escrita entre pessoas que não se encontram num namoro, entenda-se) é uma enumeração de fundamentos para que uma relação aconteça. É uma espécie de curriculum vitae que se envia à pessoa amada para que ela diga “Sim senhor, é com este indivíduo que eu quero iniciar um romance!”. E, assim como numa entrevista de emprego, dá sempre jeito fazer com que o empregador fique com a ideia de que nós valemos mais alguma coisa do que aquilo que realmente valemos. Se forem como eu, são profundamente fraquinhos, de maneiras que têm que se valer obrigatoriamente do parlapié para chegar a algum lado. Eu sugeria, talvez, era que não associassem o amor à lua, como faz a maior parte dos poetas, porque aquilo que me vem à cabeça sempre que vejo estas duas ideias unidas é o seguinte:

Rapaz: Meu amor, o teu brilho é como o brilho do luar.

Rapariga: Romântico?

Rapaz: Não, falso...

O terceiro passo é não ligarem a nada do que eu disse, porque eu não percebo nada disto, e simplesmente falarem directamente à pessoa a quem querem chegar. E depois, logo se vê. No fundo, isto é um bocadinho um jogo de tentativa e erro: por vezes ganha-se, por vezes perde-se, mas é assim a vida! Eu cá, dia 14, vou comer uma bifana com um amigo, num convívio de imposto celibatário, que em princípio se arrastará até um de nós chegar a um qualquer 14 de Fevereiro comprometido. “Embrace the loneliness”, diria eu! Até para a semana!

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